sexta-feira, 29 de abril de 2011

não é com certeza meu país


A mídia nacional está dizendo que o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho concedeu nesta quinta-feira uma liminar para soltar a promotora de Justiça do Distrito Federal Deborah Guerner e seu marido, empresário Jorge Guerner.
Eles estão presos desde o dia 20 de abril na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do esquema.
Também é suspeita de tentar extorquir o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi preso e perdeu o cargo no auge do escândalo. Guerner e o marido são investigados ainda por suposto envolvimento em irregularidades na licitação para contratação de empresa de coleta de lixo em Brasília. Simulou quadro de insanidade mental para escapar das investigações.
O que me inoja nessa história toda é que com tantas provas cabais, este casal, provavelmente a esta hora, deve está livre, leve e solto, enquanto que um pai de família desempregado que furta alimento em um supermercado, é preso e fica por lá mesmo ao Deus dará.
Cadê a justiça ? as leis não são, digamos assim, uma ciência exata ? não é pra todos o mesmo peso e medida ?
Os advogados afirmam que as suspeitas e acusações são infundadas e alegam que não há motivos para que o casal permaneça preso porque eles não atrapalharam as investigações e tampouco planejavam fugir do país.
Quer dizer, só porque eles não planejavam fugir ( quem pode garantir isso ) nem estavam atrapalhando as investigações, esse patamar de provas não já era suficiente não ?
É como canta nosso Zé Ramalho... Um país onde as leis são descartáveis por ausência de códigos corretos
com quarenta milhões de analfabetos
e maior multidão de miseráveis
um país onde os homens confiáveis
não têm voz, não têm vez, nem diretriz
mas corruptos têm voz e vez e bis
e o respaldo de estímulo incomum
ode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país.

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