sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Reclamando de Barriga Cheia


Num desses dias que a gente amanhece chateado com tudo e todos, precisei resolver problemas na CEF da Miguel Couto. A dificuldade para conseguir estacionamento foi a gota d'água. Já subi a rampa da Caixa reclamando de tudo. Ao chegar à porta, fui impactada pela alegria e animação com que um anciã, portadora de lábio leporino ( cientificamente fissura labiopalatal) cantava e cumprimentava as pessoas que entravam no banco.

Nesse momento percebi o quanto estava sendo ingrata com Deus e com a vida. Meus problemas e dificuldades nem por longe se pareciam com o daquela mulher. Doei algumas moedas, esqueci a pressa e passei a conversar com a anciã. Seu nome Maria da Paz. De onde vem ? Marcos Moura/Santa Rita. É bem verdade que, em meio à agitação das calçadas, nem sempre é vista. Talvez percebida quando atrapalhava o passo de algum adulto de agenda e paletó. Maria, enquanto não ganhava moedinhas, divertia-se olhando sapatos e sandálias de cores e modelos variados passarem do seu lado.

Sabe Deus a hora que Maria sai de casa. Quem sabe com fome, desce as ladeiras do bairro Marcos Moura em Santa Rita, toma o ônibus que dá acesso à João Pessoa. Aquele percurso é por demais conhecido, tornando-a capaz de identificar todos os postes. De segunda à sexta, em horário comercial, Maria está lá, sentada no seu banquinho, cercada de sacolas de plástico com comida suficiente para aguentar até o final da tarde. Perguntei-lhe o porque dela estar alí todos os dias com aquela idade. Ela associa, suas andanças com a triste questão da sobrevivência. Mas essa Maria não é triste.

Muitos estão em diversas instituições sociais discutindo o problema do idoso, através de estudos profundos, que resultem em mudanças substanciais, com vistas à justiça social. Levantam as vozes em favor dos miseráveis , defendem teses e vão a seminários discutir os seus problemas. No dia– dia, porém, no contato corpo-a-corpo, em que o mau cheiro incomoda e em que, principalmente, o pedido cara a cara exige mais do que uma simples resposta evasiva, todas as teorias caem por terra e todos os conceitos desmoronam.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Por Trás do Palácio Vivem Menores Drogados e Prostituídos



O sol mal toca o solo pessoense, eles já estão lá. Muitos, e em eterno processo de multiplicação. Uns dormem por lá, não vão nem em casa. Outros esporadicamente visitam a casa da família.

Rua da República é o endereço deles, é ao mesmo tempo, o céu e o inferno. Nele, eles experimentam de tudo. O dinheiro para o tíner, o crack, o álcool, seja por doação ou ameaça; brincadeiras improvisadas, o furto, os tapas daqueles que demarcam seus territórios. Não há solidariedade entre eles. E, assim, eles vão vendo os dias passarem com suas fantasias maltrapilhas e malcheirosas que corrói nariz, pulmão e fígado, estômago, coração e mente; corrói tudo que encontra.

Semana passada fui comprar um material na Rua da República, por volta das 09hs da manhã e saí de lá chorando, com o coração angustiado pela cena. Crianças, adolescentes, que passaram à noite se drogando, dormiam pelas calçadas. Fiquei a pensar: quando cai a madrugada, deve bater a fome, o medo, o frio. Será por isso que eles se amontoam, buscando a proteção do grupo, e desfalecem, como se fossem cadáveres nos campos de concentração nazistas ? Um deles tão magrinho, a pele parecia verde, os lábios roxos. Deve ter a idade do meu filho caçula. Lembrando dos nossos filhos, tão bem tradados e vendo aqueles projetinhos de gente desfalecidos pela droga, não pude conter minha indignação. O modo de viver deles causa também dó e compaixão. Me veio a certeza: isso é descaso. As instituições necessitam ressuscitar, antes que sepultem com elas a dignidade humana. Precisamos urgentemente estabelecer o que é homem e o que é bicho. Onde estão as ONGs ? MPs ? E o ECA ? quem o fará cumprir ? Onde estão os governos que não criam instrumentos de trabalho, inclusão social, para que estes passem o dia e à noite envolvidos em atividades sócio-educativas ? Na verdade, existem centenas de ONGs no mundo inteiro que têm dispensado um tratamento tão especial aos animais que se, igual tratamento fosse destinado aos humanos excluídos, já estaria de bom tamanho.

Ano passado, quando reportava para o Programa Tribuna Cristã ( TV Tambaú ), cheguei bem cedinho à Lagoa ( Parque Solon de Lucena ) para fazer uma reportagem sobre o uso de drogas na adolescência. Acordei alguns meninos e meninas que dormiam debaixo de um quiosque e fui conversar com um deles. Pude perceber que a maioria caiu nessa vida, devido a problemas familiares. Pais alcoólatras que os expulsaram de casa.Outros que foram obrigados pelos pais a cometerem furtos. Confesso que fiquei penalizada.

Após aconselhá-los para o bem, ( mesmo sabendo que aquilo não iria surtir efeito ) perguntei: por que as vezes além de levar os pertences ainda se mata ou fere as pessoas ? Um deles respondeu: É que sem a droga a gente não vive e a gente faz isso pra continuar vivendo, tá ligado”?
E assim é a Rua da República, a Lagoa, a praia. O bosque dos pesadelos das crianças-órfãs de dignidade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um Jeito Tiãosense de Ser


Sebastião Lucena – Tião. Quem não conhece ? Tive a honra de dividir, o calor, a conversa fiada e a fila de espera pela hora da votação, no último dia três, com este bem humorado ícone do jornalismo.

Conheci Tião quando ainda era pobre e morava no funcionários 2 ( risos ). Trabalhamos nos ídos de 1980 no Jornal Correio. Fiquei surpresa ao vê-lo votando na escola Débora Duarte, no funcionários, mas ao longo da conversa eu entendi o porque.

Tião com seu jeito despojado, engraçado e escancarado de informar, quer na tv ou pelo seu blog, traz consigo uma das riquezas que todo ser humano devia guardar à sete chaves, que é a humildade e a essência de suas raízes. Digo isso, porque tem cabra metido a besta, principalmente dessa área de jornalismo, que quando sobe um degrauzinho de nada, passa a discriminar e relevar coisas e pessoas que fazem ou fizeram parte da sua vida.

Ao ver o colega na fila, me apressei para tirar uma foto com ele, afinal de contas não nos víamos há anos e os poucos minutos que conversamos, deu pra perceber seu jeito matutense de ser.Tião mora num bairro bacana de classe alta, mas disse-me que faz questão de não transferir a seção, só para rever os amigos da periferia.
Achei isso muito bacana da parte dele, afinal, Tião hoje, não é mais o bonitão ( que confirme isso dona Cacilda ) do funcionários II, ele agora é “cidadão praiano”. Além de excelente jornalista, Procurador, é um multimídia que tem orgulhado a Paraíba e feito seus leitores darem boas risadas pelos textos irreverentes dos causos tão bem contados na linguagem tianiana. Há quem repudie os vídeos do seu blog, mas só se ver o que se quer. Para isso é que existe mouse e o recurso da barra de rolagem. Bom, mas voltando ao assunto, pude contemplar sua simplicidade no abraço que recebia e dava nas pessoas anônimas que encontrava e na ausência total de “etiquetices” bobas que geralmente pessoas do “naipe” dele esboçam.

Bacana Tião. Bom saber que você não se deixou contaminar com os títulos que a vida te deu. Certamente você tem consciência de que os dias são estilhaços, fragmentos de uma vida que simplesmente passa. Nada há que altere seu curso. Esta é uma das razões que me faz viver insistentemente no encalço da simplicidade.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tim, nunca mais !


Eu tenho pavor a TIM ! (Já para começar bem alto astral o post!). Estou lá… tranquila e confiante que estou fazendo um bom negócio. A empresa me garante que estou comprando exatamente o que preciso. Assino contrato de um ano e compro seu equipamento ( um modem – internet móvel ) e volto pra casa cantarolando, achando que finalmente teria me livrado da internet via rádio.

Ledo engano. No primeiro mês, ainda deu pra conectar umas 10 vezes, dependendo da boa vontade do modem. Mas, só isso já foi suficiente para boas quedas de cabelo! Fui pela primeira vez na loja da Epitácio Pessoa, reclamei. Testaram o modem, pra lá e pra cá. O bicho realmente funcionou lá. E como eu iria provar que na minha casa não funcionava ? Voltei pra casa chateada. Mas segui as orientações do funcionário da TIM. Dei uma limpada no computador, passei antivírus e nada. Nisto já se passaram dois meses pagando o serviço e o equipamento e nada de conexão.

Voltei a TIM, pela segunda vez. Nessas alturas, já irada. Fiz o mesmo chororô. Enfim, queria cancelar o contrato. Afinal pra que me serve um equipamento que não funciona ? me botaram pra falar com uma pessoa lá não sei aonde por telefone e a ligação tava horrível. Eu não ouvia nada. Não entendia nada. Finalmente me mandaram de volta para o balcão de atendimento. Estava a um passo de efetuar o cancelamento. Fiz um pedido por escrito e fiquei aguardando uma ligação da TIM me dando um ok de que realmente estaria livre do contrato e sem a maldita multa de quebra contratual. Afinal, quem não cumpriu sua parte foi a empresa.

Para minha surpresa recebi uma ligação da TIM matriz, onde uma mocinha passou quase 30 minutos tentando me convencer que eu estava mentindo e que realmente a TIM tinha cobertura no meu bairro. Fui às raias do estresse, mas deixei as águas rolarem. Com uma semana, voltei a ligar para saber alguma novidade do processo e fui informada que meu contrato tinha sido cancelado sem multa. Vibrei, afinal, ganhar causa de uma operadora de celular é negócio quase impossível.

Eu pensei: eles devem ter mandado algum técnico na bairro e constatado que não há conexão para internet na área. Mas o que ?? acabo de receber além das faturas de contas ( de um serviço que não usei ) a multa contratual que foi quase R$ 200,00. Para me poupar desse estresse, resolvi pagar o que não devia, para me ver livre desta coisa irresponsável chamada TIM.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Super ? Hiper ? Mega ? Isso Nunca deu Certo


Final de semana longo e chuvoso. Me serviu para ler, refletir e escrever. Será que alguém consegue ser auto-suficiente em tudo? Embora seja a tentativa de muitos, é falida. Uma pessoa auto-suficiente não desfruta de plena felicidade, tanto porque não faz por merecer. Geralmente, reflete mais egoísmo que generosidade consigo mesmo, e na maioria é egocêntrico seu comportamento frente aos demais. É claro que, todos precisam de certa auto-suficiência, mas, cuidado. Seres humanos não podem ser considerados infalíveis e perfeitos. Nem mesmo Cristo, que era, é e será sempre perfeito, agradou a todos.
Sou a miss imperfeição, muito prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado uma vez por semana, almoço com os filhos quando dá, telefono para minha mãe quase todas as noites, vou à igreja pelo menos três vezes por semana, procuro minhas amigas, viajo, vou a praia, pago minhas contas, respondo a dezenas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, pedalo pelo menos 15 minutos diariamente, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio meu livro de cabeceira – a bíblia – jornais, sites, escrevo para blogs. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic (Pessoa que se dedica exclusivamente ao trabalho e quer sucesso a qualquer preço ) .

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Temos que ser sim, imitadores de cristo, mas não querer que as pessoas nos vejam como infalível.Somos humildemente, humanos e imperfeitos. E, se não aprendermos a delegar, a priorizar bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correto, não é aceitar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para cantarolar sozinho na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja. Tempo para deixar os filhos em casa e passar algumas horas com seu amor. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo voltar a estudar. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizado e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
o homem moderno anda muito antigo. Acredita que, se não for super, se não for um executivo ISO 9000, não será bem avaliado. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada melhor do que ser independente. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão.
Desacelerar tem um custo. Mas vale a pena.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

As Vezes a Diferença está na Educação


Presenciei uma cena lamentável sábado passado e eu não quero aqui de maneira alguma, culpar os pais. Muitas vezes, os pais ou responsáveis, fazem um sacrifício danado para educar, dar o melhor para os filhos e quando crescem, desembestam na vida, pela veia da rebeldia e aí o que foi ensinado fica esquecido. Mas, voltando a cena. O relógio marcava oito horas da manhã quando uma turma de adolescentes – o mais velho devia ter 17 anos – estava sentada num banco da praça Dom Adauto, quando de repente começou uma briga entre duas meninas. A mais franzina batia com força no rosto da outra mais robusta. Eu parei atônita, sem saber o que fazer, queria “apartar” a briga, mas o negócio tava tão feio que achei melhor pedir ajuda a braços masculinos.
Para sorte da robusta que apanhava, enquanto outros homens assistiam a cena e até achavam graça, apareceu um vizinho meu lá do bairro, magro que só ele, mas corajoso. O cabra se meteu no meio das tapas e conseguiu apartar. Acredito que ele aconselhou a “apanhada” ir pra casa, pois ela pegou o beco e foi embora. O restante da galera ficou aplaudindo e dando a maior força para a “magrela vencedora”. Todos aparentavam sinais de embriaguez ou outra coisa... Passado o choque eu lembrei que há poucos meses, a polícia descobriu um ponto de drogas e prostituição de menores naquelas imediações.
Na mesma noite deste dia, levei meus filhos para uma festa. Uma festa diferente. Sem cigarro, sem álcool, sem danças sensuais, onde o ingrediente principal era a alegria contagiante ao som de uma banda que tocava músicas gospel. Em meio a cânticos, danças, abraços, palavras de esperança, gestos de amor, por um instante fiquei triste. Lembrei daqueles adolescentes que vi de manhã. Quanta diferença no viver deles ! Pensei: a grande diferença pode está na condução da educação dos nosso filhos. Ou não !!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hoje é meu aniversário


Deus podia ter escolhido outro dia para o meu nascimento, mas Ele preferiu o dia 20 de julho. Dia Mundial do Amigo. Deus podia ter me deixado morrer aos seis meses de idade de uma catapora braba ( no meu corpo, não tinha espaço onde aplicar uma injeção, tantas eram as bolhas ), mas aprouve Deus me poupar.
Hoje é dia de meu aniversário. Então, como sempre faço todos os anos, parei para avaliar o que eu tenho feito da minha vida. E renovar minhas forças e meus compromissos com a felicidade, por mais este ano de vida que hoje inicio.
Fiquei feliz com essa revisão que fiz de minha vida até agora. Sim, coloquei três filhos no mundo. Os amo. Tenho usado a minha profissão em favor do pobre, necessitado. Tenho para me “achegado” aos excluídos. Tenho emprestar meus ouvidos àqueles que estão à ponto de explodir. Tenho pedido a quem tem e dar a quem não tem. Sim, eu nasci para reconciliar vidas, servir de ponte para abençoar pessoas, levar esperança ao desesperado. Não fui eu quem escolheu ser assim. A gente não é assim, ou assado porque quer. São desígnios de Deus.
Me vem uma sensação de paz e alegria imensa por estar cercado de pessoas tão maravilhosas. Vem uma sensação de solidariedade e carinho imensos para com todos com quem caminhei ao longo de mais um ano de minha vida. Depois de avaliar tudo o que realizei e vivi, senti muita vontade de continuar a fazer muitas dessas coisas boas, no futuro. Renovei comigo mesmo o compromisso de ser fiel à minha missão de vida e percebi que hoje tenho muito mais coisas a agradecer do que a pedir para Deus.
Hoje é dia do meu aniversário, quisera eu reencontrar todos os meus amigos, aqueles que passaram pela minha vida por um segundo, mas também aqueles que conseguiram se eternizar. Ou na vida, ou no coração. Quisera eu reencontrar o meu pai, que de presente me deixou a vida. Quisera eu voltar a ser criança e resgatar a inocência de experimentar tudo: Das relações aos riscos. Se eu pudesse voltar o tempo e nascer de novo eu escolheria a mesma família, os mesmos pais, os mesmos irmãos
Os mesmos amigos e os mesmos filhos. O mesmo marido.Hoje é dia do meu aniversário quisera eu ter mais dois braços para abraçar-me
E dizer: "Como vale a pena ser você".

terça-feira, 13 de julho de 2010

De Josy para Josy



Quando morava em Sumé, entre várias amigas eu pude destacar uma. Josilda Soares. Éramos tão amigas. Estudávamos na mesma classe. Fazíamos as tarefas escolares juntas. Nos finais de semana nos reuníamos na casa dela para fazer aquela bagunça típica de adolescentes do interior, ou seja, ouvir música, fazer um cardápio diferente, conversar sobre paqueras, essas coisas.
O tempo foi passando e minha amiga viajou com a família para São Paulo. Foi de mala e cuia. Foram mais de 10 anos se nos vermos. Um dia desses ela descobriu meu telefone e voltamos a nos comunicar. Depois nos perdemos de novo. Lá se foram mais 10 anos de busca.
Graças a tecnologia da internet, nos reencontramos e para minha felicidade, recebi, aqui em João Pessoa a visita da própria. Passamos um dia inteiro conversando na praia e esquecemos o sol. Foram tantos assuntos para botar em dia que não deu tempo. Como tem pessoas que não mudam nunca sua essência. O que é de boa índole já nasce feito. Minha amiga continua a mesma pessoa maravilhosa, simpática, de bem com a vida e sem besteiras, apesar de estar muito bem financeiramente. A simplicidade em pessoa.
No dia fatídico dia em que a seleção brasileira voltou pra casa, ela foi embora. Mas ficou a certeza de que amigos de verdade, não mudam nunca. Por coincidência seu apelido também é Josy, Josy Carnielli.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

TIM, não mata mas intoxica


Dura coisa é pagar um produto/serviço e este não te dar o retorno esperado e pactuado em contrato. Pior ainda é quando isso acontece com uma empresa como a TIM.
Há cerca de dois meses comprei um modem ( internet móvel ) da operadora TIM e assinei um contrato de um ano. O contrato me diz que tenho direito a internet 3G, banda larga, banda do raio que a parta. Eu, e garanto que ninguém compraria um modem - artigo de primeira necessidade como tem se tornado a internet- para guardar numa gaveta e nunca usar. E pela lógica, o acesso é na hora que eu quiser.
Só que nunca consegui fazer uma conexão. Sabe aquele filme onde o pai peixão fica Procurando Nemo ? assim é minha conexão. Procurando Modem o dia inteiro e pior não encontra. Ou seja, passei momentos de muito estresse, tentando me conectar ao mundo, mas tudo em vão.
Então, mediante a esse fato, procurei a loja da TIM na av Epitácio Pessoa por três vezes. Tava num prejuízo alto. Perdi tempo, dinheiro e saúde. E sempre a mesma conversa mole. Ontem fui para cancelar. Sofri com o massacre dos funcionários. Enrola daqui, tenta subestimar sua inteligência dacolá. Bota pra falar pelo telefone da loja com o pessoal da TIM central, uma ligação péssima, baixa, o atendente falando enrolado, você não entende nada. A adrenalina a essa altura já tá com toda.
Finalmente formalizam o pedido de cancelamento pela internet. Me mandam pra casa aguardar uma ligação da TIM matriz. Ligaram pra mim nesta sexta-feira e quando eu pensava que já era pra receber uma boa notícia, era uma daquelas atendentes tentando me convencer que eu estava enganada, que tava tudo funcionando perfeitamente, que a TIM tem cobertura no local onde moro.
Quase infarto. Quem, mas do que eu para saber que a conexão não está sendo possível ? Agora vou pegar tudo que eu tenho de papelada e entrar com mais um processinho contra esta empresa irresponsável.
P.S: Ontem recebi a fatura do mês.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A mudança do conceito amizade


Cresci vivendo um conceito de amizade. Um conceito do que é ser amigo. Hoje, nos dias atuais nessa terra dos viventes, sinceramente eu não sei se me perdi no tempo do meu conceito ou se foi o conceito que se modernizou e mudou a sua essência.
Trabalhando no jornalismo político há anos, produzindo, apresentando, reportando, tive oportunidade várias vezes de ouvir dos agentes políticos a frase “fulano é amigo fiel de longas datas e jamais vai me trair”. Observando as cenas políticas de hoje, onde os protagonistas estão escancaradamente leiloáveis, dizem uma coisa pela manhã, à noite aquilo já era. Amizades de gerações sendo desfeitas por conta do egoísmo, do interesse financeiro, da falta do perdão, etc. Pergunto a vocês políticos: porventura há em vosso meio alguém que possa bater no peito e dizer “fulano é amigo fiel de longas datas e jamais vai me trair”.

Reaprendam aqui o que é o que é uma amizade, ou esqueçam a palavra amigo. Quando eu tinha aí 13 anos, lá em Sumé, final de tarde e de turno escolar. O tempo fechou e a tarde virou noite. Um fenômeno natural jamais visto naquela cidade aconteceu. Um furacão fez e desfez no açude e um tempestade marcou a vida dos moradores. Estávamos no colégio e rapidamente correu a notícia que a cidade estava sendo inundada. A ordem era para que cada um corresse e se abrigasse num lugar alto.

Todo mundo foi embora, abandonaram o colégio.Lá dentro só eu e minha amiguinha de infância, que estava com a perna no gesso, não podia sequer andar. Ela dizia para eu ir embora correndo. Mas amigo que é amigo não abandona o barco, por maior que seja a tempestade. Eu segurei a perna engessada e saímos, eu andando e ela pulando, até chegar alguém pra nos levar pra casa. Corri o risco, mas não larguei aquela a quem eu tinha como grande amiga. E atentai-vos bem, eu era apenas uma adolescente e já vivia um conceito tão certo do que é ser amigo.

To cheia de ver esses tipos deturpando um conceito tão sublime que é o de uma amizade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desculpas ou Resultados

“Posso todas as coisas n´Aquele que me fortalece” (Filipenses 4:13)
W. Page Pitt deveria ter fracassado, mas em vez disso obteve êxito. Depois de perder 97% de sua visão aos cinco anos, recusou-se a freqüentar uma escola para cegos. Foi aceito na escola pública onde jogava beisebol e futebol. De forma notável, seguiu em frente até completar a universidade e tornar-se um professor de jornalismo de primeira linha, com fama de ser exigente. Um dia um aluno perguntou a Pitt o que deveria ser pior em sua opinião: a cegueira, a surdez ou não ter braços ou pernas. Ele respondeu: “Nenhuma dessas coisas! A letargia, a irresponsabilidade, a falta de ambição ou de desejo — essas são as verdadeiras deficiências. Se eu não lhes ensinar nada além da vontade de fazer algo de suas vidas, este curso será um sucesso magnífico”. Freqüentemente Pitt dizia a seus alunos de jornalismo: “Vocês não estão aqui para aprenderem mediocridade, estão aqui para aprender a se sobressaírem. Se eu os mandar cobrir uma história e vocês não a conseguirem porque estão com uma perna quebrada, liguem-me da ambulância e eu os perdoarei. Mas não me dêem desculpas! Elas me ferem, e as suas explicações colocam sal na ferida”.
O seu maior inimigo não são os desafios que você enfrenta: é a complacência, a negatividade, as limitações auto-impostas e a autocomiseração. Temos todo tipo de desculpas para não fazermos mais com nossas vidas. “Se ao menos tivéssemos uma visão melhor ou fôssemos mais magros ou mais altos, ou viéssemos de uma família mais privilegiada”. Meras desculpas! Há dois milênios atrás, Paulo escreveu: “Posso todas as coisas n´Aquele que me fortalece”. Isso significa que com a ajuda de Deus você pode subir acima das circunstâncias que em geral significam fracasso. E então, desculpas ou resultados. O que vai ser?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sou mais a Copa de 1970


O mundo respira futebol. As pessoas, as empresas, as instituições, colocaram em segundo plano as demais coisas, para dar o primeiro lugar a copa do mundo.
Vou ser sincera com vocês, eu não acho graça em futebol. Mas como brasileira em copa do mundo, eu me acosto a todos e tento pelo menos fazer zuada na hora do gol, que diga-se de passagem, nesta copa tá difícil.
Vendo essa loucura do comércio faturando em cima desse evento, os donos de casa pintando até as telhas de verde, as pessoas vestindo os animais de verde e amarelo, pessoas pilotando seus carros em dia de jogo, como se tivesse indo socorrer uma pessoa muito querida, para não perder um minuto sequer do jogo, vendo tudo isso eu comecei a fazer um paralelo e analisar a copa de hoje e a de 1970.
Vocês sabem que criança tem uma mente fotográfica. Em 1970 eu, uma criança, passava férias na Fazenda Retiro da minha avó e lembro muito bem que nesse período acontecia a copa do mundo no Estádio Jalisco (Guadalajara, México). Eu não entendia nada daquilo que eu estava ouvindo, mas ficou registrado na minha memória as cenas a seguir: como não existia tv no meio do mato, meu tio ajeitava a antena do rádio ABC ( aquele de madeira cheios de botões redondos, que funcionava à base de válvulas e tinha que ser ligado logo cedo ), na hora do jogo todos sentavam ao redor do rádio, inclinavam o ouvido e só se mexiam na hora do gol ou do intervalo. Eu achava aquilo estranho, mas lindo, afinal, deixava todos os meus tios felizes. A seleção brasileira de 1970 onde as estrelas Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Gérson (Paulo César), Rivelino, Jairzinho, Tostão, Pelé, Fontana,Everaldo e Marco Antônio, não eram essas galãs sarados e quase milionários que vemos hoje, mas bateram um bolão e trouxeram a terceira caneca. E, atentem para o detalhe, não tínhamos um Galvão matraquento, irritante. Era um narrador que trazia para nossos ouvidos aquilo que os olhos não podiam ver, mas que a mente decodificava perfeitamente e era aquela emoção !
Hoje, tá tudo diferente. Meus filhos me “obrigaram” a comprar uma HDTV, chamaram os colegas para ir ver o jogo em alta definição, não pode faltar a panela de pipoca com coca-cola e a cada gol um foguetório de rachar as paredes. Mas... infelizmente futebol, futebol mesmo, eles ainda não conhecem. Nossa ilustre desconhecida seleção tá muito amarrada e perdida. Ah se eu tivesse um arquivo das copas passadas para mostrar para eles !!!
Bom, só nos resta torcer para que tudo dê certo nesse resto de copa e a gente mesmo sem muita emoção, cantar ..."a taça do mundo é nossa....




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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vieira, prêmio bem merecido



Reproduzindo ....

Menino, deixe de pabulagem, que coisa mais feia! Essa foi a reprimenda que tomei de minha mãe, ainda criança, quando contava umas histórias floreadas, me gabando, a um amiguinho. Guardei a frase e juro que hoje vou honrá-la. O que vou contar, de coração, não é pabulagem e quem me conhece sabe disso. Semana passada o TRT conquistou o primeiro lugar no 8° Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça (PNCJ), durante o Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação do Poder Judiciário, com o projeto Cordel do Trabalho.
O prêmio vem em uma data muito especial para mim, exatamente quando completo 25 anos de profissão como jornalista, a única carreira que exerci em toda a minha vida. E digo com muita alegria e extremo agradecimento a Deus, que minha carreira profissional tem muitas marcas de ineditismo.
Deus me colocou na estrada como o primeiro jornalista radicado na Paraíba com formação em televisão e o primeiro a ter veiculadas reportagens em rede nacional, no meu caso, a Rede Globo de Televisão, nos programas Jornal Hoje e Globo Esporte. No início de 1986 fui classificado para ser o correspondente da Globo na Paraíba. Fiquei por lá o ano inteiro, até a inauguração da TV Cabo Branco. Na Paraíba também tive o privilégio de ser o primeiro repórter a fazer uma transmissão ao vivo. O que hoje é comum em termos de infraestrutura, naquela época era quase uma operação de guerra. Depois segui minha carreira na TV Tambaú.
Trabalhando em instituições públicas tive a oportunidade de montar algumas assessorias de imprensa, como a do Tribunal Regional Eleitoral, em 1998, além de repaginar outras. São passagens para mim marcantes, como no Tribunal de Justiça e Ministério Público, por exemplo. Na era da internet, tenho a alegria de ter um site somente de boas notícias, o vidarretada.com.br, com reportagens de viagens e aventuras.
Agora, em 2010, vem o Prêmio Nacional de Comunicação que o TRT conquistou com o projeto Cordel do Trabalho. Não é fácil concorrer com aquelas feras. São trabalhos muito bem produzidos, campanhas que envolvem muito investimento financeiro de tribunais de todas as esferas, inclusive os Tribunais Superiores, todos os estaduais, Justiça Federal, Ministério Público, Tribunais de Contas, associações de classes do Judiciário e Defensoria Pública.
Concorremos com o Projeto Cordel do Trabalho, bem simples, mas feito com muita dedicação. E agora, obrigado senhor, estou na única Instituição do nosso estado a vencer em uma categoria do Prêmio Nacional de Comunicação. Pois é, nesta altura da vida estou eu, feito menino, carregando o troféu no colo, como se fosse o mais cobiçado dos brinquedos. Então, não é pabulagem, é ação de Deus!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Homenagem ao meu Victor


No dia três de junho de 1995, às dez horas, na maternidade Santa Isabel, nascia meu último filho, “raspa do tacho” o qual dei o nome de Victor Emanuel.
Diferentemente dos outros dois irmãos, Victor passou e me fez passar por cada momento ! Compartilho com vocês alguns desses.
Tão logo deixamos a maternidade, ele já se diferenciava. Enquanto os irmãos só aceitaram amamentação por três meses, Victor ficou até os 8 meses pendurado no peito e se dependesse dele, esse tempo teria se estendido. Onde já se viu uma criança com 10 meses conseguir sair de um berço que tinha quase um metro de grade ? ele saiu e não se machucou.
Sem história familiar de asma, Victor adquiriu esta tal. Foram meses de agonia com ele. Correndo pra médico, internando, tomando bobinha etc. Finalmente eu pesquisei sobre o problema, vi que a natação seria um bom coadjuvante no tratamento e resolvi colocá-lo numa escola de natação. Persisti e finalmente ele ficou totalmente curado da asma e de quebra ainda se tornou um grande nadador. Lembro quando ele tinha uns 5 anos, durante as aulas de natação, a instrutora achava incrível quando ele saía nadando de lado como se fosse uma piabinha !!!
Bom, curado da asma, Victor voltou com a carga total. Um dia o procuramos pela casa toda e nada. Ele estava brincando dentro do maleiro do guarda-roupas. Não sei como ele conseguiu subir até lá, pois era muito alto. Pior foi quando ele resolveu colocar uma escada e subir pra brincar em cima da casa próximo a fios de energia !!!
Outra vez, ( aos 8 anos ) quando o celular ainda não tinha chegado em J. Pessoa, ele saiu do colégio às 17 horas e ficou brincando na casa de um colega, sem avisar em casa. Geralmente ele chegava em casa às 17:30. Nesse dia anoiteceu e nada. Ficamos loucos em casa. Mobilizei o bairro inteiro para procurá-lo. Gente de carro, de moto, eu saí de rua em rua perguntando casa a casa por ele. Exatamente na casa que eu não perguntei, ele estava. Quando eu já tava ligando pra polícia, bombeiro, Tvs, lá vem um dos caçadores de Victor com ele na moto. Sabe aquele misto de alívio, alegria, vontade de chorar e raiva ? foi o que senti. Agradeci a Deus e ao pessoal todo que me ajudou e dei-lhe uma boa surra pra nunca mais repetir isso.
Outra vez, tínhamos deixado uma festa de aniversário pela metade e não tínhamos participado do bolo. Chegamos em casa, por volta das 22hs, nos preparávamos para dormir. Nisto toca a campainha e meu esposo vai atender. Era um amigo nosso que tinha vindo deixar um pedaço do bolo. Enquanto os dois conversavam na calçada, Victor que devia ter uns 4 anos, saiu inocentemente de casa e foi brincar com os carrinhos numa rua atrás da nossa onde tem uma calçada bem larga. Ninguém viu ele saindo. Quando o amigo foi embora, trancou-se tudo e todos foram deitar. Opa ! todos não ! Como Deus fez a mãe com um dispositivo que vê além das paredes, eu gritei do meu quarto “ os três estão deitados ?”. Quando o mais velho disse que Victor não estava com eles. Levantamos e começou a agonia. Reviramos a casa toda e nada. Como pode isso ? o menino sumiu ! só podia ter escapado enquanto os dois homens conversavam na calçada.
Saí doida procurando ele, já era quase 23hs. Pleno domingo. Ruas desertas, escuras. Meu Deus ! foi quando um vizinho nosso chegava em casa e disse que tinha visto o menino brincando na outra rua. Pegamos ele, conversamos. Ele foi dormir. Mas eu, pelo choque, passei a noite em claro.
A mais forte de todas. Quando ele tinha 2 anos, repetindo, dois anos, fomos ao sertão. Eu, ele, o pai e um amigo. Saímos visitando em cada cidade. Entramos em Juazeirinho e ficamos uns instantes conversando com algumas pessoas. Nisso Victor brincando na sala com outras crianças, vai pra calçada. Tinha uma caminhoneta passando lentamente em cima de um quebra-mola em frente à casa que estávamos e o menino subiu no pára-choque traseiro. O motorista pegou a PB que leva para Catolé do Rocha e o menino “amorcegado”. Daqui a pouco o motorista percebe que tem alguém pendurado e pára. Qual foi sua surpresa ao ver uma criança pendurada. Nisso, dei por falta do menino e comecei a procurar. Foi tudo muito rápido. Orei a Deus e para minha alegria lá vinha o motorista com o menino nos braços, perguntando de quem era ele. Agradeci a Deus e ao motorista e seguimos viagem.
Amo meus três filhos, mas meu Victor tem muito de especial. Toca violão que é uma coisa. Bateria nem se fala ! na guitarra ele arrasa ! percussão ?? show de bola ! até trompete ele toca, a coisa mais linda !!e pasmem nunca teve numa escola de música. Agora que completou 15 anos, posso dizer que é um rapaz. Bonito, cheio de fãs, sem vícios, muito família e mais importante que tudo: cristão, obediente a Deus e aos pais. Uma pessoa amada por todos que o conhecem. Esse é o meu Victor, um Sãopaulino bem humorado e de bem com a vida !!! Te amo filhão !!!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Aceita um cigarro ? Não obrigada !

Se tudo correr dentro do que foi programado, no Viver Bem, programa da Unimed deste dia 30/05 próximo domingo, estarei falando de como deixei de fumar. Uma entrevista leve, interessante e encorajadora. O programa vai ao ar em três emissoras de tv local. Quando termina em uma emissora, começa em outra. A partir das 08:30.


Parei de fumar há mais de 20 anos. Deixei, por livre e espontânea vontade, o vício que marcou a minha adolescência. Tinha 13 anos apenas quando ensaiei o primeiro trago num cigarro Continental que minha amiga Rosilene, pensando ser uma coisa muito “tchan”, me deu. Aquele gesto representou a minha entrada para o mundo dos adultos.

Tossi mais do que fumei. Engasguei. Sufoquei. Mesmo assim, devido à insana insistência, fumei mais do que tossi, ao longo dos anos de piolas da Souza Cruz. Minha “incentivadora” ao tabagismo, que tem a mesma idade que eu, filha de comerciante bem sucedido nos ídos de 1975, logicamente era quem me bancava o vício.

Ter, naquela época uma carteira de Hollywood no bolso era uma espécie de distintivo que dava autoridade e ingresso em qualquer lugar. Negar um cigarro era o mesmo que sentenciar a auto-condenação diante do grupo. No colégio, que faltasse a cantina, nunca a nicotina... na roda de amigos, sempre tinha um esperando para dar um trago.

Não tive nenhum motivo especial - tipo problema de saúde etc, para largar o vício. Um dia acordei revoltada com o domínio que uma coisinha branca, fina, cilíndrica, sem vida, exercia sobre mim e com a opinião que sempre tive, não sei de quem herdei, pois na minha árvore genealógica desconheço alguém opinioso, que segura o bicho com as unhas, simplesmente olhei pra carteira de cigarros raguei, destruir e disse nunca mais isso vai me dominar.

Não vou dizer que foi fácil. Passei um período meio que desorientada. A abstinência maltrata muito. Mas minha decisão de não me deixar dominar pelo cigarro, foi mais forte. Eu consegui. Mas minha amiga incentivadora, um dia desses esteve com o pé na cova, por conta do maldito, mas nunca quis deixar o vício. Fumar é ter na boca a morte e a falta de argumentação para evitá-la. A boca, a cada trago, silencia, tornando-se cúmplice de um crime perpetrado contra o seu próprio autor.


O que fumante promete não se escreve. “Amanhã, eu paro de vez!”. É a frase que não pode faltar no currículo dele. Aliás, isso se aplica em qualquer outro vício. Álcool, etc etc. E tem mais, o tabagista, além de ficar com raiva de quem o aconselha, o encoraja, a deixar, ainda dar um banho de insensatez e egoísmo quando acende seu cigarro em locais fechados ( mesmo existindo leis contra ), sem se importar com quem está ao redor. Falo por mim, que sou altamente alérgica à fumaça de cigarro. E tenho sofrido com pessoas assim.


Veja o programa Viver Bem no próximo domingo, tenho certeza que vai te acrescentar algo de positivo.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um Jovem, Um Prazer, Uma Agonia

Resolvendo pendências pelo centro da capital na tarde desta quarta-feira, fui obrigada a correr e me abrigar da chuva que caiu repentinamente. Enquanto esperava a chuva passar, fiquei naquela parte do Lyceu Paraibano, próximo a uma livraria que tem.
Percebi que lá num cantinho debaixo da “rampa da escadaria” tinha um rapaz muito jovem sentado numa poça d’água.
Foram chegando alguns jovens para se abrigar da chuva e todos nós assistimos uma cena deprimente, triste, lamentável. O jovem lutava desesperadamente para queimar umas pedras de crack, mas como o tempo estava frio, o fósforo não estava ajudando muito. Finalmente, ele conseguiu acender e aspirar profundamente o ar da morte.
Nunca tinha visto isso ao vivo. O rapaz sorria enquanto viajava e se torturava na volta da sua viagem insólita.
O que tem isso demais no nosso cotidiano ? todos os dias não ouvimos e vemos notícias que nos falam desse tema ?
Mesmo sabedores da existência dessa praga letal que é o crack, a reação de todos os espectadores daquela cena foi de indignação. Foram saindo antes mesmo da chuva parar, como se aquele “trapo humano” que estava ali sentado praticamente dentro da lama, oferecesse perigo.
Fiquei sozinha observando-o. Pensei eu ir até onde estava para conversar, aconselhar, encorajar a deixar essa prática. Mas fui alertada pelo bom senso. Ele não estava em seu estado mental normal. Nada que eu dissesse iria fazer efeito.
Vício não se deixa com conselhos, nem com orientação de família. Vício se deixa com consciência e vontade própria da vítima.
Nem mesmo Deus que é soberano pode fazer nada por alguém se este não o desejar. Foi para isto que Ele deixou o livre arbítrio. Então recuei e apenas pedi a Deus que tivesse misericórdia daquela vida.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Eu, Rejane Marinho e o Falando de Vida

Na foto: eu e Rejane.

Isso se passou nos ídos de 2002/2003 quando eu comandava o programa radiofônico Falando de Vida pela 107.7 Fm Miramar.
Era um programa que literalmente expressava o seu título. Falávamos de vida o tempo todo. Falávamos de vida nos seus mais amplos sentidos: material, espiritual,financeira, psicológica etc etc.

Rejane Marinho, funcionária antiga do Sistema Correio de Comunicação e porque não dizer quase patrimônio vivo da empresa, além de minha amiga e companheira de trabalho, era ouvinte assídua do nosso programa. Sempre ligava para participar e nunca se negou a nos ajudar nas campanhas sociais que costumávamos fazer.

Conheci a pastora Dora que mora na cidade de Mari e logo me veio o desejo de realizar uma ação social naquela cidade. Planejei tudo. Em tudo pude contar com a ajuda imprescindível de Rejane. Fomos conhecer o trabalho desenvolvido por Dora naquele lugar. Eu e Rejane fomos à Mari, detectamos as comunidades mais carentes, pessoas que viviam em condições sub-humanas, deploráveis mesmo. Entramos casa a casa, cadastramos as famílias. As pessoas, acostumadas a serem visitadas por políticos, achavam que éramos agentes políticos, que estávamos alí para dar algo e pedir voto em troca. Explicamos que não tínhamos ligações com políticos. Que eles não iriam ouvir de nós pedido de votos. Estávamos ali movidos pelo amor ao próximo, pela vontade de doar um pouco de nós mesmos, já que Deus tem nos dado tanto.

Voltamos pra João Pessoa e caímos em campo. Grande foi a batalha. Mas vencemos. Através dos apelo feitos no programa Falando de Vida e das pessoas amigas a quem recorremos, conseguimos levar para o evento social de Mari um caminhão baú lotado de roupas, calçados, alimento não perecível e objetos domésticos.

À tarde, fizemos uma grande concentração no meio da rua, com direito a palco, serviço de som. Realizamos uma grande reunião onde as famílias cadastradas participaram, ouviram a palavra de Deus, receberam um abraço sincero, tomaram uma sopa deliciosa e receberam um saco com donativos de acordo com a necessidade de cada um.

Rejane, sei que se voltássemos hoje, encontraríamos muita gente na mesma situação. Nós não resolvemos a situação daquele povo. Mas nossa parte, isso sim, fizemos e bem feito. Por que quem nos impulsionou foi o coração.

Quero dedicar o relance de hoje a minha/irmã Rejane Marinho. Essa baraúna que tem dado tantos frutos bons no reino de Deus. Um beijo .

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cirinha, a mão estendida...aquela que cumpriu sua missão


Acredito que todos nós temos uma missão a cumprir enquanto vivermos nessa terra. Uns vivem essa missão. Outros se escondem da responsabilidade. No relance de hoje, quero falar de uma “pessoinha grande”, se é que existe esse termo, que aniversariou no último dia 17, minha irmã mais velha, Jacira, a quem carinhosamente chamamos de Cira.
Em toda família sempre tem irmãos que se destacam mais que outros. Na casa dos meus pais, ela foi a estrela que com a bênção de Deus iluminou as nossas vidas.
Ela foi uma jovem que viveu à frente do seu tempo. Ainda muito nova saiu de Sumé – cidade onde nasceu – e foi estudar e trabalhar em Campina Grande. Prestou vestibular para Ciências Contábeis. Passou e se formou. Em paralelo fez concurso para o Banco do Estado da Paraíba. Foi aprovada (trabalhou até o dia em que o banco fechou as portas ). E a partir desse acontecimento as coisas foram se organizando.
Isso se passou nos ídos de 1978, mas lembro como se fosse hoje o dia que ela comprou seu primeiro carro ( brasília amarela ) e veio dirigindo em estradas de barro de Campina até Sumé. Ah foi uma festa pra gente, os irmãos menores. E a bagagem que ela trouxe ? tantos calçados, roupas e objetos pra gente ! quanto orgulho nós sentíamos dela !
Nesta homenagem que presto hoje, quero lembrar que abaixo de Deus, tudo que sou e que tenho hoje eu devo uns 60% a ela. Meu primeiro emprego. Segundo emprego. Minha faculdade. Meu sustento durante tantos anos foi mantido por ela.
A mesma coisa fez por outros dois irmãos. Lutou para os colocar na universidade. Ajudou no que foi possível. Hoje, os dois exercem, com bravura, suas profissões de odontólogo e jornalista em Campina Grande, graças ao esforço sem medida que ela desprendeu.
Sem esquecer que os maiores nomes de destaque da sociedade paraibana, nascidos em Sumé, foram alfabetizados por ela. Apoiados por ela e por isso a amam tanto.
Minha irmã é assim como uma árvore frondosa e frutífera, cujos galhos nos abriga e nos aconchega. Foi uma heroína nos anos 70. Continuou sua trajetória de vencedora nas outras décadas e hoje continua sendo patrimônio humano vivo de toda família. Uma baluarte do clã Brito e Gomes.
A ela minha gratidão, meu amor e minhas preces de saúde, paz e muito Deus em sua vida.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Quem Não Tiver Pecado Atire a Primeira Pedra

No feriadão da páscoa aportei em Campina Grande, onde mora minha mãe. No dia seguinte fiz um tur pelo carirí velho sofrido pela seca, onde há anos não visitava. Passei por Boa Vista, São João do Carirí e Serra Branca. Fiquei triste com o que vi. Cidades estagnadas, que cresceram pouco e se desenvolveram quase nada.
Finalmente cheguei ao destino desejado – Sumé. Terra onde nasci e passei minha adolescência. Ávida para rever os amigos de infância e as pessoas que fizeram parte da minha vida, mal descarreguei a bagagem e convidei a família para andarmos. lá fomos nós. Rua acima e rua abaixo. Entra à esquerda. Pega à direita. Vamos por alí. Não, vamos por aqui. Alí mora fulano. Ah e beltrano será se ainda mora alí ?? Nessa brincadeirinha gastamos meio tanque de gasolina só dentro da cidade. Foram dois dias circulando. Mas valeu a pena demais. Vi pessoas que de tanto tempo sem ver, nem o nome eu lembrava mais. Ainda bem que minha prima Nena me ajudou nessa tarefa.
Resumindo: andei muito, visitei muito, conversei muito, fotografei muito, filmei muito, me emocionei muito ao voltar aos locais onde brinquei quando criança. Mas teve uma coisa que me marcou nessa viagem e eu quero compartilhar com vocês.
No sábado de aleluia, minha prima Nena, me convidou para irmos à cadeia pública visitar os presos e levar um lanche para eles. Fomos. Levamos salgados, torta e refrigerante. Ao chegarmos na cadeia, faltava 30 minutos para acabar o horário do banho de sol deles. Nós só tínhamos exatos 30 minutos para fazermos tudo que nos propomos. Então, mãos à obra. Apenados no pátio e nós do outro lado da grade. Minha prima Nena por ser uma assistente social atuante na cidade e muito conhecida de todos foi quem iniciou o processo da visita. Os chamou. Todos vieram até onde estávamos e ficaram bastante surpresos com o que viam, afinal que nunca teve a idéia de num sábado de aleluia visitar “persona non gratas”. Ela falou algumas palavras de conforto e depois oramos o PAI NOSSO. Em seguida, a palavra me foi facultada e também lhes falei aquilo que senti, por parte de Deus, inspirada. Disse-lhes que a sociedade não os considera. Nem lembra que eles existem. Mas existe um, lá em cima, que tudo vê e que tem interesse em restaurar e resgatar as suas vidas. Talvez algum leitor me condene por essa visão humanitária. Eu sei que não são inocentes, que não são anjinhos, que danificaram alguém ou alguma coisa, mas ... afinal, quem não tem pecados, que atire a primeira pedra. Senti uma certa angústia no olhar de cada um enquanto falava e senti também o peso do arrependimento.
Me doía o coração ver tantos jovens alí, presos por causa de cinco minutos de loucura que tiveram. Perguntei a cada um, qual o seu crime. Em silêncio, me revoltei com alguns motivos. Eles não precisavam ter feito aquilo. Nenhum motivo será importante o suficiente para justificar um crime. Onde que a droga é mais importante que a liberdade de viver ? onde que a morte é mais importante que a vida ? onde a fartura do produto do roubo ou furto é mais importante do que o pouco que se tem em casa ?
Nosso tempo tava acabando e servimos o lanche. Coitados ! acostumados a comer a “gororobazinha básica”, de repente degustando do bom e melhor ! comiam e se sujavam feito crianças ! No final de tudo, como forma de expressar gratidão, bateram palmas e nos agradeceram pelo gesto.
Confesso a vocês que nesse resto de dia, por algum motivo que eu não sei, senti minha alma leve, leve.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Apenas... Chame-o ... Com Fé

Há cerca de nove anos passados, eu ainda não tinha carro e numa certa noite recebi o convite de uns amigos/irmãos para fazer uma participação num programa de rádio na 107.7. Nessa época o estúdio da 107 situava-se no prédio da Asplan – rua Rodrigues de Aquino, centro de João Pessoa.
De pronto, aceitei o convite. E pela inconveniência da hora do programa ( 21h) fui acompanhada do meu esposo. Fui, participei e tínhamos combinado com o pessoal que eles nos dariam uma carona de volta. Só que quando faltavam uns 15 minutos para encerrar o programa, ou seja, às 21:45, para não incomodar as pessoas, nem fazê-las mudar a sua rota, resolvemos ir embora de ônibus.
Muita insistência para que esperássemos, afinal só faltavam 15 minutos, mas, realmente eu tava decidida ir embora. Saímos do prédio, por aquela ruazinha que vai dar na Diogo Velho. Pra quem conhece, sabe que aquele trecho é 100% comercial e naquele horário não se vê uma pessoa sequer pela rua. Totalmente esquisito. Mas... não lembramos disso e lá fomos nós pegar o ônibus em frente à Cagepa da Diogo Velho. Bem pertinho Dalí.
Andamos uns 150 metros. Já estávamos praticamente na esquina, quando uma moto passou por nós. Fez a volta e veio na contramão, na mesma direção que a gente. Mas não percebemos nada. Daqui a pouco, mais próximo de nós, vimos quando o cara parou bem no meio da rua a moto e ficou com o motor ligado e outro foi ao nosso encontro e já foi sacando uma arma.
Nesse momento eu segurei firme a mão do meu marido e disse: “isso é um assalto”. Como em câmera lenta, o cara se aproximava da gente e eu mergulhada num silencioso desespero, olhei para trás rapidamente e pros lados, na esperança de que alguém nos vise e viesse nos socorrer. Mas que ninguém !
E num gesto reflexivo de quem crer no sobrenatural, olhei pro céu e gritei: “ Jesus chegue aqui, por favor”. E agora, vem a parte mais importante, que eu quero lhes contar. Antes porém, quero dizer não posso obrigar ninguém a acreditar, mas tenho obrigação de dizer que é a mais cristalina verdade. Quando chamei o nome que está acima de todos os nomes – Jesus – numa velocidade luz, parou uma viatura da polícia ( e eles não estavam em perseguição aos bandidos, se assim fosse, os caras da moto não teriam parado para nos assaltar ), desceram quatro homens armados e começam a atirar. O medo tem várias formas de manifestação. Nesse episódio, eu mumifiquei. Quanto mais o policial pedia para eu abaixar ou correr, mas parada eu ficava. Bom, passados alguns segundos nessa agonia, os caras se mandaram na moto e os policiais nos deixaram na parada do ônibus. Quando a ficha caiu, eu entrei numa crise de choro. Passei muito tempo sem sair de casa à noite. Até hoje, ouvir um barulho de moto, me arrepia até a alma. Voltei a vida normal depois que comprei um transporte.
Mas, o que eu quero mesmo dizer com isso tudo é que: esteja onde estiver, na situação mais caótica e sem saída humanamente falando, chame-o. Chame Jesus, Ele tem a saída. Feliz páscoa !

terça-feira, 30 de março de 2010

Abram Alas Para o Mêdo



Num dos meus relances de vida, lembrei de quando começou o pânico da gripe suína. As mídias local e nacional deram um show de informação sobre a doença e também levou-nos a viver momentos de grande pavor. O fantasma da gripe que matava em poucos dias estava estampado em cada rosto mascarado.

No auge dessa “tribulação viral”, meu pequeno Victor, 14 anos, 1m80cm, ( nossos caçulinhas são sempre pequenos), apresentou um quadro de febre, dores e espirros. Assustada com o bombardeio das informações, corri com ele para o “trauminha” de Mangabeira. Foi atendido na emergência e o encaminharam para o PSF do bairro. Disseram que só nos PSFs é que o procedimento para o diagnóstico seria feito.
Tocamos para o PSF do meu bairro. Chegando lá, descobri pelo mapa do bairro, que minha rua tinha o mesmo “problema geográfico” da cidade de Pedras de Fogo/Itambé. Ou seja, uma linha imaginária, divide os dois municípios. Uma linha imaginária dividia os bairros e eu fui re-encaminhada para outro PSF. Nisso, o quadro do menino que estava sem se alimentar ficava pior. Ao chegar finalmente nesse último PSF, muita gente na recepção e pelo visto não tinha mais como atendê-lo. Foi quando eu resolvi expor o problema do meu filho. Aos poucos eu vi as pessoas se afastarem de perto dele. A recepcionista saiu de fininho e entrou numa sala. Não demorou dois minutos a enfermeira nos chamou e trancou a porta. Com muita dificuldade e tremendo bastante ela pediu que o menino colocasse a máscara. Pelo quadro, a enfermeira achava que era a gripe suína. Mais do que rápido, o encaminharam para o ambulatório médico e finalmente veio o diagnóstico. Amigdalite braba. Nada que um bom antibiótico não curasse. Feito o tratamento, a vida de Victor voltou ao normal.
Hoje, relatando esse episódio, dei boas risadas, ao lembrar das pessoas se desviando desfarçadamente do menino com medo de pegar o vírus, cedendo a vez e abrindo alas para o atendimento.




quinta-feira, 25 de março de 2010

Na Barraca do Mercado Central

Sempre passo pelo mercado central de carro. Mas, dia desses precisei pegar ônibus naquele local. Enquanto aguardava o transporte comecei a observar o novo mercado e veio-me à lembrança de quando vez por outra eu almoçava nos “restaurantes” daquele lugar.
Nos ídos de 2002/2003 meu queridíssimo colega jornalista, advogado e professor, Germano Ramalho, assumiu a coordenação de jornalismo das rádio do Sistema Correio e eu, era digamos assim, era quem coordenava a produção, principalmente do Correio Debate. De modo que passávamos a manhã no corre-corre e depois das 14 horas, quando encerrava a primeira etapa da labuta, é que íamos almoçar “cada qual no seu quadrado”.

Vez por outra, dado à necessidade de voltarmos logo pra redação, Germano me convidava para irmos comer um bodinho numa daquelas “barracas”. Garanto que nem todo mundo tem essa coragem, princialmente sendo mulher. Mas nunca fiz discriminação de ambiente. Eu tanto sei comer no Tererê, quanto em uma barraca do Mercado Central. E lá íamos nós. Ao nos deslocarmos para o interior do mercado, íamos chamado a atenção de todos por estarmos destoando da clientela costumeira do lugar. Bem vestidos, bem apessoados, porte de pessoas de bem. Mas quem se importa com isso ?
Escolhida a barraca. Não tínhamos muita opção não. A maioria o esgoto corria à céu aberto e encontrar uma posição que o tamborete não virasse, dado ao desnivelamento do piso, era coisa difícil. Porém, tudo na vida tem um preço. E o preço daquilo era exatamente uma comidinha caseira e muito deliciosa. Pedido feito. Comida na barriga e pé na tábua de volta pra redação. Ninguém nunca morreu por ter comido numa barraquinha seja lá de onde for. Mas muitos jornais tem trazido manchetes de “entoxicação” por comidas estragadas de restaurantes chiques. Mas o que eu quero mesmo dizer com esse relance de vida, é que é tão bom aproveitar as coisas simples que a vida nos oferece. Sem orgulho e preconceito. Lembrando a todo momento que fomos feito do pó e para ele vamos voltar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Formaturas – Coisas da Atualidade


Calma ! Não estou em nenhuma festa de carnaval. Dia treze desse mês, fui convidada para uma festa de formatura do curso de direito da Ufpb. No meio dos formandos, minha sobrinha Willyane. Fui. Reuni todos de casa e lá fomos nós. A última formatura que participei foi a minha ( jornalismo ) em 1985 no clube Campestre na cidade de Campina Grande. De lá pra cá, devido a minha antipatia a eventos dessa natureza, nunca mais.
Chegamos ao local da festa e até umas duas horas após nossa chegada tudo parecia normal. Pessoas comendo, bebendo, sorrindo, dançando, conversando, andando de um lado para o outro. Até que começou uma agitação, um buzinaço. As pessoas começaram a usar adereços próprios de um baile de fantasias. Era chapéu, máscara, plumas, paetês, óculos, apitos, confetes e serpentinas.
Eu confesso a vocês que essa nova versão de formatura me pegou de surpresa. Fiquei mais surpresa ainda quando vi o show que cada formando deu ao entrar. Cada um mostrou uma performance ao som de sua música preferida. Enquanto isso os parentes de cada um os aguardava passar num tapete vermelho. À medida que cada uma atravessava a passarela, os familiares iam atrás fazendo aquela festa. Taí, gostei da nova versão de formatura.
Acalmados os ânimos e de volta às mesas, fiquei matutando. Porque será que inventaram essa moda ? Comecei a lembrar da minha formatura. Trinta jovens latino-americanos sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindos do interior. Ralamos pra caramba na ex-Furne ( Fundação Universidade regional do Nordeste ), pagando crédito educativo, comprando livros caros e todo material necessário e muitos ainda tinham que morar no que chamamos de repúblicas de estudantes. Lembro como se fosse hoje, quando minha turma se formou, tudo que participamos foi da aula da saudade e da entrega simbólica do diploma. Todo mundo de beca preta naquela foto oficial do juramento de fidelidade. Pronto. A nossa “festa” acabou por aí. Pobre de nós. Kkk.
Ops acabei de encontrar a resposta da minha pergunta “porque inventaram essa moda”? Não é moda não. Devia ser regra em todas as formaturas. Pena que em 1985 não existia essa consciência. Os estresses, as dificuldades, o sacrifício que muitas vezes os familiares precisam se submeter para manter alguém na universidade valem uma comemoração com muita alegria e descontração. Sair de uma universidade hoje vitorioso ( a ) não é pra qualquer um. Então vale mesmo se alegrar. Vale até soltar fogos de artifícios. Claro ! formatura é sinal que alguém saiu da condição de aprendiz e passou a ser um profissional que tem agora somente que correr atrás do seu sonho.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Meus Vinte e Três Anos de Casamento

Quando Deus acabou de formar o homem, disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea”. E assim começou a história do casamento. O fato é que "até que a morte os separe”, frase ouvida por milhões de casais em boa parte do mundo durante a cerimônia religiosa de casamento, costuma ecoar sobre o homem ou a mulher quando a união está ruindo ou quando o que resta da ilusão matrimonial é mantido à duras penas. Presume-se que a intenção da maioria ao assumir um compromisso como esse é ser feliz pelo resto da vida. Mas... vida à dois não é fácil. Manter uma relação por décadas é coisa rara nesses últimos dias. São tantos “acidentes de percurso” que atuam com um força arrasadora.

Tem cônjuges que traem porque gostam de trair. Outros cônjuges traem sua cara-metade porque praticamente ele (a) obriga. Como? Abrindo uma lacuna no relacionamento. Relaxa com os compromissos, não dá atenção devida, não zela pela pessoa, não cuida, tem ciúme doentio que sufoca. Isso tudo vai gerando uma insatisfação e como nem todo mundo tem estrutura para passar a vida toda sofrendo, não vê outra saída a não ser trair e consequentemente separar. Todavia, existem aqueles que estão dispostos a pagar o preço pelo casamento, são aqueles que entenderam que “o amor é sofredor, é benigno; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece; não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. ( I co 13 )

Nenhum casamento vem pronto e acabado, qualquer casamento está potencialmente sujeito à separação. Mas homens e mulheres, por não compreender essa realidade, continuam utilizando recursos diversos para manter a casa em pé: são estratégias diretas, indiretas, um jeito particular de se esquivar ao diálogo, optar pelo silêncio, esperar pela melhor oportunidade de abordar certo assunto e, assim, atingir seu objetivo sem traumas.

Alguém disse que: “o Casamento é uma fortaleza sitiada, cercada, quem está fora quem entrar, quem está dentro quer sair”. Hoje, dia 18, meu casamento completa 23 anos. Como qualquer pessoa, tive e tenho minhas crises e quem disser que não tem está mentindo, mas descobri que um relacionamento precisa de maturidade e tenho buscado isso. Um casamento inspirado no amor de Deus será forte, a ponto suportar os vendavais. Outra coisa também que deve ser levada em conta e que o problema não está no “ato em si do casamento”, mas nas pessoas. Tem gente que passa a vida inteira casando e descasando e acumulando mais problema - filhos, pensões etc. Eu ainda acredito na força do diálogo, tolerância e do amor.






domingo, 14 de março de 2010

Empresa Faz Tortura Psicológica à Idoso


Problema com empresas de telefonia quem nunca teve ? creio que todo mundo teve seu dia “d” dentro de uma loja tentando convencer os funcionários de que está sendo lesado, prejudicado, injustiçado, sei lá mais o que. Peça a Deus pra não precisar resolver coisa desse tipo, pois é um dos maiores constrangimentos seguido de humilhação que alguém pode passar.

Sábado, dia 13, precisei ir até uma loja de atendimento de uma empresa de telefonia na Av. Epitácio Pessoa. Problemas com o meu plano. Estava pagando dobrado e recebendo que é bom nada ! fui resolver pacificamente. Mas... gato escaldado de água fria tem medo. Não era a primeira vez que eu enfrentava tal situação. Então eu já entrei como ovelha que vai para o matadouro. Ou seja, na marra.

Cheguei, fiquei aguardando minha vez no balcão. Enquanto isso do meu lado assisti uma cena digna de uma novela mexicana ( aquelas que as mulheres choram muito ). Dentro dessa loja existe uma espécie de “reservado” que eu chamo de “local do golpe de misericórdia”. É pra lá que os funcionários encaminham as “vítimas” nos seus últimos suspiros de equilíbrio. Lá estava uma cliente em desespero, que falava sem parar. Ela representava legalmente seu pai. Do lado, o seu pai, um senhor de quase 80 anos, doente, numa cadeira de rodas, usando um tubo de traqueostomia - para permitir a passagem de ar e a remoção de secreções do pulmão, cirurgia feita pelo pescoço até a traquéia - O Senhor nem voz tinha pra falar, mas do outro lado da linha, alguém insistia que colocasse o titular para dizer de viva voz que queria cancelar o contrato. Foi aí o ápice da cena. A filha começou a chorar e falar alto, com indignação “... como meu pai vai falar se nem voz ele tem”?

Nesse momento aflorou em mim o sentimento cristão e fui dar apoio psicológico aquela filha que chorava num tom de revolta. Mas lembrei que eu era jornalista. Liguei pro meu amigo promotor do Cidadão Valberto Lira, infelizmente seu celular estava desligado. Pensei comigo, vou filmar tudo e gravar. Que pena, minha câmera estava em casa e meu celular apesar de ter uma resolução muito boa, tava dando sinal que iria descarregar.

Resultado: quando me viram ligando, um funcionário da dita loja, não sei se por misericórdia ou por zelo à loja( porque aquilo ia dar um belo processo. Onde já se viu um idoso, doente ser submetido a uma pressão psicológica dessa ??? ) correu e disse: “ vou me passar pelo cliente e cancelar o plano”. Dito e feito. Em 10 minutos ele resolveu o problema, a mulher me agradeceu muito e os dois saíram, apesar de tudo, satisfeitos.

As próximas vítimas seriam eu e meu esposo ( ele também estava com o mesmo problema ) e cá com meus botões, falei: se esse senhor idoso e doente, passou por isso, imagina o que nos espera !! E fomos explicar para a “mocinha” o que estava acontecendo. Começou o moído. “Ligue pra tal número”... 15 minutos de espera na linha do celular e nada. “Tente este outro número”... mais 15 minutos. Pelo marido ainda estaríamos lá ligando, mas minha adrenalina - hormônio liberado pelas glândulas suprarrenais, num sinal liberado em resposta ao grande estresse físico ou mental, situações de forte emoção – falou mais alto. Com “muita calma e educação” eu procurei a gerente e pedi ajuda, pois pelo meu celular só conseguia falar com máquinas. Foi quando nos encaminharam para o “local do golpe de misericórdia”. Nessa dita cabine, onde o velhinho já tinha sofrido muito, começou a segunda etapa do meu sofrimento. Nem ligando do telefone fixo da empresa obtive êxito. Quando eu já estava passando mal a ponto de explodir, chega uma atendente e diz: vou me passar pela senhora e tentar cancelar.

Diga aí, é pra você enfartar ou não ? Nesse ínterim, mais de uma hora, meu esposo estava falando com uma atendente pelo celular e graças a Deus conseguiu resolver os nossos problemas.

Moral da história: ou os funcionários são “bonzinhos” e se arriscam para ajudar um cliente à beira de um avc, ou, recebem ordem para deixar o cliente “espumar de raiva até o último suspiro” e caso alguma coisa venha colocar em risco o nome da empresa, eles entram em ação para resolver o problema.

Já que essa sistemática da empresa é assim e creio que não vai mudar, peço às autoridades competentes que pelo menos obriguem a mesma a manter um cardiologista de plantão. Acredito que assim como nós, a maioria dos clientes sofredores, saem passando mal.

Isso é um absurdo !

quinta-feira, 11 de março de 2010

Suando a camisa


Vivemos na era do “antiperspirante”. O artigo de hoje não tem nenhuma relação com desodorante, mas deixe-me lhe falar uma coisa. Quem nunca usou desodorante antiperspirante ? vou abrir aqui um parêntese para dar uma explicaçãozinha básica sobre a química desse produto, e depois voltamos a idéia central do texto.

Para quem usa e não sabe, o desodorante antiperspirante, é feito com diversos ingredientes, incluindo cera, um emoliente líquido e um ingrediente ativo. É o ingrediente ativo que faz os antiperspirantes bloquearem o suor. Todos os antiperspirantes possuem um composto à base de alumínio como ingrediente principal. Há várias afirmativas que este produto é o principal causador de câncer de mama. Se é verdade não sei, mas um procedimento anti-natural não deve ser saudável. Acredito que o normal é suar na hora que for preciso.

Bom, voltemos ao texto base. Acompanhe meu raciocínio. Acordamos, levantamos e na hora do café tem que ser num lugar arejado, no mínimo com ventilador, nesse calor quem agüenta?? Descemos do prédio de elevador. Entramos no carro e já ligamos o ar. Notem que até agora ninguém suou. Mal chegamos no local de trabalho e lá está o split nos esperando no alto dos seus potentes 17 graus. Se ficarmos o resto do dia no escritório, é o dia todinho de frescor.

Voltamos pra casa no mesmo carro ar-condicionado. Sentamos em frente à tv. Lá está o controle remoto. Pra que se levantar ? vamos dormir, ufa que calor ! liga o ar. E assim vamos levando uma vida “antiperspirante”, ou seja, sem suar. Enquanto isso, a biologia e a medicina, afirmam que o suor que é a secreção natural das glândulas sudoríparas, constituído de água (99%) e sais minerais (1%) é fundamental para a saúde. Quando a temperatura interna do corpo ultrapassa os 37ºC, o suor age como um mecanismo de refrigeração: os vasos sanguíneos próximos à pele se dilatam e estimulam as glândulas sudoríparas a iniciarem o processo de transpiração.

Vocês já observaram que dificilmente a gente vê um trabalhar braçal – daqueles que suam o dia todo – com ar de doente ? pálido, verde, amarelo, sei lá que cor ! agora, pessoas “antiperspirantes” com cara de doente é o que mais se ver por aí a fora.

Se faz bem à saúde... então vamos suar !




segunda-feira, 8 de março de 2010

Homemagem às Mulheres Guerreiras



O marido e a mulher não se falavam há uns três dias. Entretanto, o homem se lembrou que no dia seguinte teria uma reunião muito cedo no escritório. Como precisava levantar cedo, resolveu pedir à mulher para acordá-lo. Mas para não dar o braço a torcer, escreveu num papel: 'Me acorde às 6 horas da manhã'.
No outro dia, ele levantou e quando olhou no relógio eram 9h30. O homem teve um ataque e pensou: Mas que absurdo! Que falta de consideração, ela não me acordou... Nisto, olhou para a mesa de cabeceira e reparou um papel no qual estava escrito: São seis horas, levanta!!! Moral da História:Não fique sem conversar com as mulheres, elas ganham sempre, estão certas sempre e são simplesmente geniais na vingança!!!!!!
Poesia Meu nome é MULHER!
Eu era a Eva, criada para a felicidade de Adão, mais tarde fui Maria, dando à luz aquele, que traria a salvação.
Mas isso não bastaria, pra eu encontrar perdão.Passei a ser Amélia, a mulher de verdadePara a sociedade não tinha a menor vaidadeMas sonhava com a igualdade.Muito tempo depois decidi: Não dá mais!Quero minha dignidade, tenho meus ideais!Hoje não sou só esposa ou filha, sou pai, mãe, arrimo de família, sou caminhoneira, taxista,Piloto de avião, policial feminina, operária em construção...Ao mundo peço licença, para atuar onde quisermeu sobrenome é COMPETÊNCIAe meu nome é MULHER..!!!!

sábado, 6 de março de 2010

Alguém Ousa Discordar de Mim ?

Há 11 anos fiz a primeira e única viagem pras bandas do sertão. Fomos eu, esposo, um filho de tres anos e um amigo. Saímos cedinho fazendo um “tur”. Começamos por Soledade. Em cada cidade que tínhamos um conhecido, a gente visitava, matava a saudade e “tocava a estrada”.

Lá pras tantas chegamos em Juazeirinho. Nessa cidade demoramos mais. Fomos visitar um grande amigo/irmão que estava desenvolvendo um trabalho missionário naquela cidade. Pois bem, a casa onde estávamos ficava próxima à PB que leva para o Sertão. Em frente à casa tinha um quebra-mola daqueles. Todos os carros tinham que parar e passar muito lentamente, numa velocidade que dava tranquilamente para qualquer criança pegar “morcego”.

Enquanto conversávamos muito e compartilhávamos de várias assuntos, dei por falta do meu filhote de apenas tres anos. Quando saí à calçada para procurar, quem disse que tinha algum vestígio do menino ? ninguém o viu. Mas como pode isso ?

Meus caros leitores, o menino aproveitou o momento em que uma caminhoneta passava em frente a casa, (o carro deve ter parado mesmo) se pendurou -de uma forma que até hoje eu não entendi- e foi embora PB acima agarrado na carroceria. Enquanto isso, aflita perguntava a vizinhança se tinham visto um menino assim, assim.... nada.

Passados uns minutos que pra mim foram anos, lá vem um homem com o meu filho nos braços. Era o motorista da caminhoneta. Ele me falou que estava indo pra outra cidade quando percebeu pelo retrovisor que uma criança estava à ponto de cair segurando com as pontas dos dedos na carroceria. Foi quando ele parou, voltou para Juazeirinho e saiu perguntando se alguém conhecia o menino. O motorista lembrou do quebra mola, onde outras vezes, meninos maiores fizeram a mesma coisa. E saiu em direção à casa onde estávamos.

Quando avistei o menino... pronto. Não precisa dizer mais nada. Agradecimento ao homem, choro, riso, alívio, me agarrei com ele e agradeci a Jesus Cristo por tão grande livramento que Ele acabara de dar ao meu filho.

Vocês tem noção do que eu passei ??? foi ou não um milagre vindo do céu ? alguém ousa discordar de mim ?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ilegal, Imoral ou Engorda



Refrão de uma música de Roberto Carlos diz assim...”tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”... realmente, é da natureza do homem sentir-se atraído por tais coisas. Uma vez praticadas e conhecidas pelo público, sempre que algo se refere aquela pessoa, vem logo à mente a imagem negativa. Digamos assim, da “queda” que a pessoa sofreu.

Nossa estrutura física, emocional, mental e sobre-tudo espiritual está sujeita aos abalos que podem ofuscar, tampar, denegrir a visão que o homem precisa ter de Deus e vice-versa. Porém se o homem por algum motivo fracassar, cair, tiver cometido escolhas erradas, Deus deixou um recado bastante encorajador “o cair é do homem, mas o levantar é de Deus”.

O levantar aqui nesse texto tem sentido de mudar a direção, mudar de atitude, mudar de rumo, sair do estado em que encontra, permitir que os olhos sejam abertos para uma nova realidade. Há uma diferença entre cair e ficar eternamente prostrado, do cair e se levantar em renovo para enfrentar a vida de frente.

Nós humanos limitados temos um péssimo hábito. O de anexar uma imagem decorrente de uma atitude errada que alguém cometeu num determinado período de sua vida e achar que a pessoa vai continuar eternamente do mesmo jeito, sem opção alguma de mudança.

Todas as oportunidades que temos de julgar alguém pelo seus erros, julgamos. Não esqueçamos que a vida é um eterno crescer. É um eterno subir de ladeira (se bem que tem pessoas que preferem descer ). Nossa vida é feita de ciclos. De aprendizados. Somos seres em constante mudança.

O que ontem me enchia os olhos, hoje pode não representar mais nada. O que ontem me atraía, me prendia, pode não ter mais nenhuma influência sobre mim. O viver dos homens é exatamente assim, feito de etapas. O que me faz sorrir hoje, pode me fazer chorar amanhã. O que eu não gosto hoje, pode ser meu favorito amanhã.

Deus na sua onisciência, sabendo o que o homem iria aprontar, cuidou de deixar um recado escrito mais ou menos assim: “meu filho cuidado pra não escorregar. No entanto... se você cair, eu te levanto”. O cair é do homem, mas o levantar é de Deus.


Sm 145- 14
O SENHOR sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Apenas um Rapaz Latino Americano Sem Dinheiro no Banco e Vindo do Interior



Eu tava tentando elaborar uma lista de relances importantes que eu testemunhei ou vivenciei e dentre elas, lembrei de uma história de perseverança de uma pessoa que veio do anonimato com “A” maiúsculo. Esta pessoa perseguiu à duras penas seu objetivo e o resultado tá aí, visível para todos.

Por volta de 1989 eu conheci um jovenzinho cheio de ambição e esperança. Nessa época, meu esposo trabalhava na recepção de um hotel e o jovenzinho trabalhava como mensageiro (aquela pessoa que fica à porta recebendo os clientes e os dirigindo aos apartamentos).

Lembro como se fosse hoje. Tinha acabado de sair de uma consulta pediátrica com Ítalo, meu primogênito, que na época tinha quase dois anos e resolvi dar uma passadinha no hotel, já que ficava no mesmo caminho. Ao chegar, meu esposo me apresentou ao jovenzinho e disse-lhe que eu era jornalista. Com uma sede muito grande de informações acerca do curso e da profissão, ele me “bombardeou” com perguntas.

Definitivamente aquele não era o dia propício para tais informações. Estava chateadíssima com as injustiças e as dificuldades do dia-a-dia do ofício - era um carro só, velho, se quebrando, pra deixar um “monte de repórter” por aí á fora. Muitas vezes pra voltar à redação, me virava pedindo carona, pagando do bolso ou andando no expresso canelinha. Naquele período que conheci o “pretenso candidato” à jornalista, tinha acabado de ser dispensada pelo editor do jornal por não ceder aos seus assédios. Se eu quisesse teria o processado, mas deixei pra lá. Então por aí se imagina o quanto desencantada e decepcionada estava com a profissão de jornalista. Hoje, meu conceito tá melhor um pouquinho. Falei tudo. Contei como os bastidores funcionam. Como a gente é traído todos os dias pelos colegas. Como não existe amizade sincera, é cada um por si e Deus por todos. Fui falando. Aproveitei pra vomitar tudo.

Acabada a conversa, o jovenzinho escreveu um poema para meu filho ( até um dia desses eu tinha esse papel ) me agradeceu pelas informações e foi-se. Não lembro de ter tido outros contatos com ele. Só sei que passados alguns anos, o rapazinho já formado em jornalismo surge discretamente na imprensa e vai se aperfeiçoando até se consagrar na mídia e se tornar esse “monstro” chamado Marcelo José. Esse nome significa, perseverança e força de vontade.
Marcelo desculpa aí por revelar suas origens, mas é que eu achei um belo exemplo de vida para os outros rapazes latino americanos sem dinheiro no banco que estão por aí perdidos com medo de enfrentar o futuro. Você foi agraciado por Deus.