quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um Jovem, Um Prazer, Uma Agonia

Resolvendo pendências pelo centro da capital na tarde desta quarta-feira, fui obrigada a correr e me abrigar da chuva que caiu repentinamente. Enquanto esperava a chuva passar, fiquei naquela parte do Lyceu Paraibano, próximo a uma livraria que tem.
Percebi que lá num cantinho debaixo da “rampa da escadaria” tinha um rapaz muito jovem sentado numa poça d’água.
Foram chegando alguns jovens para se abrigar da chuva e todos nós assistimos uma cena deprimente, triste, lamentável. O jovem lutava desesperadamente para queimar umas pedras de crack, mas como o tempo estava frio, o fósforo não estava ajudando muito. Finalmente, ele conseguiu acender e aspirar profundamente o ar da morte.
Nunca tinha visto isso ao vivo. O rapaz sorria enquanto viajava e se torturava na volta da sua viagem insólita.
O que tem isso demais no nosso cotidiano ? todos os dias não ouvimos e vemos notícias que nos falam desse tema ?
Mesmo sabedores da existência dessa praga letal que é o crack, a reação de todos os espectadores daquela cena foi de indignação. Foram saindo antes mesmo da chuva parar, como se aquele “trapo humano” que estava ali sentado praticamente dentro da lama, oferecesse perigo.
Fiquei sozinha observando-o. Pensei eu ir até onde estava para conversar, aconselhar, encorajar a deixar essa prática. Mas fui alertada pelo bom senso. Ele não estava em seu estado mental normal. Nada que eu dissesse iria fazer efeito.
Vício não se deixa com conselhos, nem com orientação de família. Vício se deixa com consciência e vontade própria da vítima.
Nem mesmo Deus que é soberano pode fazer nada por alguém se este não o desejar. Foi para isto que Ele deixou o livre arbítrio. Então recuei e apenas pedi a Deus que tivesse misericórdia daquela vida.

Um comentário:

Unknown disse...

Tenho dois filhos em idade critica, sim porque dos 14 aos 18 anos torna-se idade critica para os jovens, enfrentarem as tentações das drogas. Até agora penso estar vencendo junto com eles esta desgraça.Lamento e me revolto todos os dias com tantos jovens sendo mortos nesta cidade por uso e trafico.Só temos dois caminhos: rezar ou denunciar estes destruidores de familias.