quarta-feira, 30 de novembro de 2011




Esses homens não precisaram se embriagar, nem fumar, nem se drogar, para sentir essa felicidade e esta paz. Só precisaram tomar uma atitude e fazer cursilho - o maior investimento na vida do ser humano. Nesse meio aí estão pessoas de bem que precisavam se reencontrar consigo próprio e com o seu criador e tem também pessoas que entraram bandidos, viciados, traficantes e tantas outras coisas, como eles mesmos testemunharam e saíram do cursilho, pessoas transformadas, arrependidas, restauradas pelo poder da palavra de Deus. Se voce ainda não fez, faça com pressa. Voce já perdeu muito tempo.
Mas o que é cursilho ? O Cursilho é uma palavra espanhola, que quer dizer "pequeno curso", de pouca duração. Teve origem na Espanha. Acontecem em 4 dias, sempre nos finais de semana, com entrada na noite da quinta-feira e saída no final do domingo. É um encontro vivencial, com uma dinâmica própria, onde um grupo de cristãos (leigos e sacerdotes) testemunha sua caminhada e coloca para reflexão e debate temas ligados a fé e à vida.
O Cursilho é tanto para homens como mulheres, adultos ou jovens, que sejam pessoas:
• Com capacidade de redescobrir e reafirmar sua personalidade através de opções livres e conscientes;
• Inquietas, ansiosas para transforma-se e transformar o mundo na linha da solidariedade e da justiça;
• Aptas para viver em e para a comunidade, capazes de dar sabor como o sal, de iluminar como a luz, de transformar a massa como o fermento.
O Cursilho não é:
• Apenas uma expediência de fim-de-semana ou um simples retiro ou uma terapia de grupo. É uma experiência profunda de fé, de transformação pessoal .
Em síntese, o Cursilho tem método próprio que facilita a vivência do Fundamental Cristão, na conversão aos valores do Reino de Deus, ajudando a descobrir e a realizar a vocação pessoal, respeitando-a e criando Núcleos Ambientais Cristãos. Estes núcleos são pequenas comunidades eclesiais criados para que as pessoas fermentem de Evangelho os seus ambientes (familiar, profissional, social, político, religioso...) através de seu testemunho e da palavra, e que pratiquem os valores do Reino de Deus, anunciados por Jesus Cristo.
Quer uma dica?
Só dá pra saber realmente o que é o Cursilho, quando se vive esta experiência!
Participe!

domingo, 6 de novembro de 2011

Seu Filho Precisa é Disso




Um Dia de Criança

Sempre que posso e até quando não posso, levo meus filhos hoje já grandes, a realizarem tarefas pouco atrativas por eles como, ir à zoo, ao jardim botânico, andar de cavalo, tomar banho em rio, fazer pipas e soltá-las, etc. Convido você a fazer o mesmo com suas crianças !
Tenho curiosidade e sempre converso com pessoas mais velhas de como elas viviam quando crianças. Afinal, saber como viviam meninos e meninas no Brasil de tempos atrás pode nos mostrar como não queremos que vivam os brasileirinhos de hoje e de amanhã!
Toda criança gosta de brincar, criar, inventar. Nós pais é que não temos tempo para proporcionar-lhes isto. E como desencargo de confiança, entupimos suas estantes e armários de brinquedos, quando tudo que eles precisam é de amiguinhos e brincadeiras.
Este vídeo que vos apresento é de um dia de lazer que proporcionei ao meu filho criança – na época. Quem tem até 12 anos, não deixa a data passar em branco. Às vezes, muito antes de 12 de outubro – o Dia das Crianças –, já apresenta uma lista enorme para os pais, com pedidos de passeios e presentes, além da solicitação de tratamento especial. Mas nem sempre foi assim.
Nossos pais e avós não tinham brinquedos e foram homens e mulheres dignos de serem imitados por nós. Ou não ? Essa dura realidade, porém, começou a mudar na metade do século 20. Isso porque as famílias começaram a ser menores, por diferentes razões. Na época, cresceu, por exemplo, o número de mulheres que trabalhavam e, por isso, optavam por não ter uma família grande. Com poucos filhos, e sem condição de dar-lhes mais atenção compensava os pequenos, como lazer e mais brinquedos.
Conta-se que, em meados do século 20, as lojas que vendiam brinquedos resolveram selecionar uma semana inteira para fazer promoções, que terminavam sempre no dia... 12 de outubro! Portanto, aí talvez esteja a explicação.
Não troque um momento com seus filhos, por um presente.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Como Foi o Meu Assalto


Há cerca de dez anos atrás, eu ainda não tinha carro e numa certa noite recebi o convite de uns amigos/irmãos para fazer uma participação em um programa de rádio na 107.7. O estúdio da 107 situa-se no prédio da Asplan – rua Rodrigues de Aquino, centro de João Pessoa.
De pronto, aceitei o convite. E pela inconveniência da hora do programa ( 21h) fui acompanhada do meu esposo. Fui, participei e tínhamos combinado com o pessoal que eles nos dariam uma carona de volta. Só que quando faltavam uns 15 minutos para encerrar o programa, ou seja, às 21:45, para não incomodar as pessoas, nem fazê-las mudar a sua rota, resolvemos voltar pra casa de ônibus.
Muita insistência para que esperássemos, afinal só faltavam 15 minutos, mas, realmente eu tava decidida ir embora. Saímos do prédio, por aquela ruazinha que vai dar na Diogo Velho. Pra quem conhece, sabe que aquele trecho é 100% comercial e naquele horário não se vê uma pessoa sequer pela rua. Totalmente esquisito. Mas... não lembramos disso e lá fomos nós pegar o ônibus em frente à Cagepa da Diogo Velho. Bem pertinho Dalí.
Andamos uns 150 metros. Já estávamos praticamente na esquina, quando uma moto passou por nós. Fez a volta e veio na contramão, na mesma direção que a gente. Mas não percebemos nada. Daqui a pouco, mais próximo de nós, vimos quando o cara parou bem no meio da rua a moto e ficou com o motor ligado e outro foi ao nosso encontro e já foi sacando uma arma.
Nesse momento eu segurei firme a mão do meu marido e disse: “isso é um assalto”. Como em câmera lenta, o cara se aproximava da gente e eu mergulhada num silencioso desespero, olhei para trás rapidamente e pros lados, na esperança de que alguém nos vise e viesse nos socorrer. Mas que ninguém !
E num gesto reflexivo de quem crer no sobrenatural, olhei pro céu e gritei: “ Jesus chegue aqui, por favor”. E agora, vem a parte mais importante, que eu quero lhes contar. Antes porém, quero dizer não posso obrigar ninguém a acreditar, mas tenho obrigação de dizer que é a mais cristalina verdade. Quando chamei o nome que está acima de todos os nomes – Jesus – numa velocidade luz, parou uma viatura da polícia ( e eles não estavam em perseguição aos bandidos, se assim fosse, os caras da moto não teriam parado para nos assaltar ), desceram quatro homens armados e começam a atirar. O medo tem várias formas de manifestação. Nesse episódio, eu mumifiquei. Quanto mais o policial pedia para eu abaixar ou correr, mas parada eu ficava. Bom, passados alguns segundos nessa agonia, os caras se mandaram na moto e os policiais nos deixaram na parada do ônibus. Quando a ficha caiu, eu entrei numa crise de choro. Passei muito tempo sem sair de casa à noite. Até hoje, ouvir um barulho de moto, me arrepia até a alma. Voltei a vida normal depois que comprei um transporte.
Mas, o que eu quero mesmo dizer com isso tudo é que: esteja onde estiver, na situação mais caótica e sem saída humanamente falando, chame-o. Chame Jesus, Ele tem a saída. Ele é a saída

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tupã Erra o Endereço



Os meios não justificam os fins, já disse alguém, algum dia. O que uma conversa ampla, recheada com democracia e liberdade de pensamentos e pontos de vista não resolver, não é tumulto com resquícios de violência que vai fazê-lo.
Cheguei inocentemente à CMJP ontem de manhã e vi muita gente na calçada e na galeria, mas como sempre tenho visto isso por lá, não me incomodei e prossegui, pedindo licença e passando.
Foi quando cheguei à porta ( a de vidro que fica na entrada ) e percebi que os manifestantes tinham colocado uma corda impedindo a entrada das pessoas ( inclusive dos funcionários ). Ei, vem cá ! afinal onde fica a minha liberdade de ir e vir ?
No problem. Entrei pelo portão do lado. Passado alguns minutos, já dentro da câmara, vejo mulheres com crianças de colo, que já estava m dentro da Casa de Napoleão Laureano, correndo, subindo escadarias, aos gritos, um verdadeiro terror. Eram os manifestantes chegando ao ápice da algazarra. E é claro, que vidro é vidro e com tempero ou destemperado, se quebra. E quando se quebra fere quem está bem próximo. No meio da confusão ouvi , vários “olha a cachorrada”, “isso é uma cachorrada”.
Entendo que cada um tem mais é que lutar por seus ideais, mas... e o respeito a quem pensa diferente ? se existem leis que me permitem algo, eu vou lutar pelo cumprimento d elas, mas de forma sensata, centrada e não com atos de violência que sobra até para quem não tem nada a ver com a coisa. Impedir a entrada das pessoas que não tinham nada a ver com a causa, ou que foram ali resolver outros problemas, definitivamente não foi uma boa idéia. Considero radical.
Mas... esse episódio de ontem, me deu inspiração para escrever esse texto, após lembrar de uma foto sensacional que tirei um dia desses do meu celular.
Enquanto o boi de rei rolava na entrada na Câmara, avisaram para tupã ( a cadela da foto ) que estava havendo uma assembléia geral da categoria, na rua das Trincheiras, mas a bichinha errou o endereço. Vejam onde ela foi parar ! e como não encontrou manifestação nenhuma na Casa de Epitácio Pessoa, foi tirar uma soneca na calçada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vamos Encarnar o Discurso ?






Há cerca de um ano e meio, um grupo de cristãos se revezam numa obra de amor e misericórdia no centro da cracolândia, no varadouro, cidade baixa de João Pessoa, onde se aglomeram os chamados "nóias" . ( esse é o nome dos que usam crack, desprezados até pelos usuários de outros tóxicos).
Fui convidada a conhecer o trabalho efetuado por este grupo e fiquei encantada com o amor e a dedicação que eles empregam. Me acostei ao Projeto Cristolândia e estou dando minha parcela de contribuição. Indo, orando e as vezes contribuindo.
Encontramos uma casa velha sem portas, no centro da cracolândia, onde servia de abrigo para os próprios usuários, descobrimos o dono, alugamos e restauramos. Através de doações, conseguimos equipar a casa com camas, tvs, som, poltronas, enfim, uma casa abrigo, como a chamamos, é o ponto de apoio onde desenvolvemos os trabalhos com crianças, jovens e adultos da comunidade. Além é claro, de toda assistência aos usuários de drogas.
A casa permanece aberta à comunidade de segunda à sexta nos dois turnos com equipes que se revezam. São servidas refeições, banhos, lanches, roupas e calçados, aconselhamento e principalmente orientação espiritual, onde cada pessoa escuta a palavra de Deus e recebe oração. A cada 15 dias à noite é servido um sopão. A cada data comemorativa, o Projeto Cristolândia programa eventos. Por exemplo, dia das mães da comunidade, dia dos pais, dia das crianças e além dessas datas, ainda realizamos dias de intensas atividades sociais, levando para a comunidade profissionais médicos, dentistas, psicólogos, cabeleireiros e educadoras socio-religiosas.
Quem usa crack é conhecido por sujar muito a área, no sentido de criar confusão, roubando a própria família, e os roubos sempre visam dinheiro imediato para comprar a pedra de crack. Desfazem-se de tudo o que têm, dormem fora de casa, não comem. Deixam de se cuidar, ficam sujos e, muitas vezes, se enfiam nas lixeiras, em buracos... Por isso, são conhecidos por muitos como “ratos da cidade". Mas, Pelas ruas da cracolândia onde muitos temem passar, andamos tranquilos e somos respeitados.
O Projeto Cristolândia não tem nenhum vínculo político e se mantém através da Igreja Missionária Evangélica Betel Brasileiro, na pessoa do Pastor Sobrinho e de doações voluntárias. O amor a essas vidas destruídas é a base da nossa motivação. Não pedimos dinheiro a nenhuma instituição, porém aceitamos doações de roupas, calçados e objetos para atender as necessidades da própria comunidade.
Efeitos do crack
Em menos de 15 segundos, a droga causa uma potente sensação de euforia, bem-estar e força física. Em menos de 15 minutos, ela termina. Logo vem uma depressão intensa. É como ligar e desligar de uma vez todas as luzes de um arranha-céu. Como os efeitos são tão imediatos, o organismo associa mais facilmente causa e efeito. Nas palavras dos usuários, eles ficam dominados pela pedra. "Não é como outras drogas, que eles compram para usar depois. A 'fissura' (desejo intenso de consumir a droga) é tanta, que usam na hora em que compram.
Tratamento possível
A cada uso, os vasos sangüíneos se contraem, a pressão sobe, o coração dispara, a respiração acelera, os neurônios se estimulam. Pode haver convulsão, infarto, derrame ou má oxigenação. De qualquer forma, coração, cérebro e pulmão ficam debilitados. Sem se cuidar ou comer, o usuário fica ainda mais vulnerável.
Vítima punida
O crack não pode ser encarado apenas como uma questão médica ou policial, e sim social, "Ele é sinal da vergonhosa e total falência das políticas públicas, em nível nacional, que expõem a criança à rua, não dão outras alternativas e, ao mesmo tempo, não impedem a chegada da pedra. Os órgãos públicos deviam resolver quem assumi a tarefa do atendimento ao usuário, trabalhar de forma articuladas entre as tres esferas do executivo e as escolas deviam realizar programas preventivos. Na minha humilde opinião, o caminho da mudança é uma ação coletiva e solidária.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Se não for do interior, não leia


Ê coisa boa, foi-se um inverno, mas outro está às portas ( começa dia 21 de junho ). E assim, como no ano passado quando as águas de março estavam fechando o verão, vou lembrar de novo o episódio para quem começou a seguir esse blog recentemente. Se você não for do interior, por favor não leia, porque não vai entender nada. Voltava pra casa final de tarde e ao entrar na “minha rua” eu avistei um grupo de crianças e adolescentes fazendo a farra da tanajura. Quem nasceu no interior sabe exatamente do que estou falando. Quando o inverno está se aproximando, o primeiro sinal é a “enxurrada” de tanajuras. Até hoje não sei pra que elas servem. Tem gente que as come por apreciar o sabor, outros acreditam que ela cura problemas na garganta. Não entendo o prazer das crianças de ver a queda das tanajuras. Mas uma coisa eu concordo, é uma farra totalmente saudável, sem violência, nem prejuízos. Ao contrário da farra do boi e outras tantas farras onde pessoas adultas, de uma forma incompreensível e absurda, derrubam animal, machucam e são machucados, coisa de louco.

No meio daquela meninada eu avistei meu filho caçula de 13 anos ( vocês pais já notaram que os filhos caçulas são sempre criança pra gente ? ) e ele estava eufórico. Acredito que foi sua primeira farra da tanajura. Sempre tive a mania de contar episódios da minha infância e adolescência pros meus filhos. Eles amam ouvir. E certa vez eu falei da derrubada de tanajura que eu participei lá em Sumé. Isso foi o suficiente para que meu filho ao meu ver chegando em casa , me pedisse insistentemente que eu fosse também tentar derrubar os insetos que voavam tirando um fino na cabeça da meninada. Para não desapontá-lo, cansada como me encontrava, disse-lhe que correr eu não iria, mas poderia ficar dando um “apoio”. Pode ser que algum leitor ache uma besteira, mas pude dar-me ao luxo de colocar uma cadeira na calçada e ficar assistindo aquela cena tão simplória para mim, mas de um grande valor para aquelas eufóricas, felizes e barulhentas crianças que vibravam à queda dos formigões.

O meu filho “caçador de tanajuras”, as derrubava e deixava no chão. Ele ía no embalo das outras crianças, por pura brincadeira. Por um momento eu me questionei: “será se outros bairros tem essa mesma “peculiaridade” ? Será se estou mesmo no bairro de uma capital ? pois era uma paisagem purinha do interior, como diria nosso querido Poeta Jessier Quirino.
Não sei se nesses bairros de muitos arranha-céus, as crianças têm a oportunidade de vivenciar esta sazonalidade que tem a cara de interior. Mas creio que eles iriam se divertir muito correndo atrás dos formigões

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Criança Perdida


O período carnavalesco, me remete a um relance de vida que me marcou profundamente. Todos os anos as mesmas cenas se repetem. Verão, férias, carnaval, praias lotadas. Muitos turistas, inclusive de outros países. Muitos paraibinhas gente boa, que vem do interior com amigos e família – os famosos farofeiros - que as vezes, se deleitam com o passeio, enchem a cara e esquecem os filhos dentro de uma poça dágua qualquer.
Há exatos 15 anos atrás, eu trabalhava na Rádio Correio da Paraíba e em pleno período de carnaval fui incumbida de ancorar um programa. Trabalhei os três dias de momo, fazendo link com outras emissoras da Paraíba e de outros Estados. No terceiro dia, quando eu estava chegando ao prédio na avenida Pedro II, por volta das 12:30h, ao passar pela portaria, “seu Silas” estava atendendo um casal em desespero. A mãe chorava mais que falava. Finalmente eu consegui entender que a filha de 4 anos havia sumido da praia. Anotei a cor da roupa da menina, do biquine que ela usava, seus traços, etc etc. Dei minha palavra que iria divulgar na rádio. Eles me disseram que moravam em Campina Grande e que estariam aguardando alguma notícia em frente a uma loja de roupas situada à Rua B.Rohan, em João Pessoa.
Me desloquei ao estúdio, muito abalada com aquela cena, afinal eu sou mãe e me coloquei no lugar dela. E, atentem no detalhe: eu estava com quase 8 meses de gestação. Aí já dá pra imaginar o clima não é ? fiz meu trabalho, tentando passar alegria pros ouvintes, afinal, são ossos do nosso sofrido ofício. Lá pras cinco horas da tarde, já cansada de estar o tempo todo sentada, resolvi dar uma esticada nas pernas e respirar um pouco de ar puro ( ar puro porque em pleno carnaval às 5 da tarde, não se vê um carro sequer soltando seu dióxido de carbono - CO2- no centro ). Pois bem, saí do estúdio e fiquei na entrada do prédio, ali onde tem aquele jardim. Como todos sabem, ali bem em frente ao SCC tem um semáforo. Quando fui chegando, o sinal estava fechado e tinha um carro parado com um casal e uma criança. O motorista, um gringo, falando o português com muita dificuldade, me perguntou se eu sabia onde tinha uma TV ou rádio. Nisso eu desci até a calçada e ao me aproximar deles, vi a menina que tinha as mesmas descrições, com a mesma roupa. Só podia ser ela. Daí, fomos nos esforçando pra entender um ao outro e quando a menina disse o nome. Foi tiro e queda.
Deixei a rádio tocando frevos e saí com o barrigão de 8 meses, pra devolver a menina aos pais. Naquela época, o celular tava chegando e só os “ricos” compravam. O fato é que eu não tinha como me comunicar com os pais da menina e dá a notícia. Num rompante de muita coragem – coisa de mãe – entrei no carro dos gringos, e lá fomos nós, rumo à B. Hohan.
Lembro como se fosse hoje. Quando chegamos no local onde a família da menina esperava, ao ver a garota, seus pais e amigos se jogaram em cima do carro, batiam, gritavam, foi uma manifestação digna de uma cena de novela.
Depois de muito choro e muitos abraços, na filha, chegou a minha vez. Me espremeram tanto que eu “vi a hora” ter menino ali mesmo. Mas tudo perfeitamente compreensível. Fomos embora com a promessa de que a mãe nunca mais discuidaria da filha.
Passaram-se uns 10 anos e resolvi fazer uma surpresa a mãe da menina. Ela havia me dito onde trabalhava. E numa das idas à Campina Grande, me dirigi ao caixa onde a mãe da menina estava. Quando me identifiquei, voltou tudo na cabeça da mãe e mais uma vez, lá vem a emoção. O pior poderia ter acontecido, com a criança, mas decidiu Deus, guardá-la. Então é isso. Vez em quando eu lembro dessa providência divina.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tragédia, é possível ter ânimo no meio dela ?


Nos últimos dias estamos como todos estarrecidos,tristes,com os acontecimentos que se abateram sobre algumas cidades brasileiras, tendo com causas as fortes e destruidoras chuvas, que empurravam morro abaixo muita lama,carregando árvores,pedras,casas,carros,moveis e famílias. Em alguns lugares pouca coisa ou quase nada ficou de pé,destruição total.Como reagir, erguer a cabeça em meio a tanto caos? Em meio a uma destruição sem precedentes.como ter ânimo em um momento como este? A resposta parece estar longe, ou de repente não sabemos qual é de fato a resposta.Como dizer pra alguém tenha ânimo, quando tudo parece perdido, quando a própria vida não parece fazer mais sentido. Tudo que sonhamos desabou, tudo que construimos desmoronou, e de repente nos vemos sem absolutamente nada daquilo que fazia parte de nossos sonhos, era a nossa própria existência se esfacelando.como reagir? Como ter ânimo? Ao olhar e perceber tudo isso, me chegou a memória o profeta Habacuque: ele vivia como todo ser humano um drama, ele não podia conciliar sua fé num Deus justo e bom com os fatos da vida, da forma como ele via. Ele perturbou-se com os "por que?" mesmo um homem de fé as vezes fica perplexo e confuso em meio as muitas coisas que acontecem ao seu redor. Ele vislumbrava uma situação de total destruição quando descreve no capitulo 3 versículo 17".. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira,o produto da oliveira seja uma mentira, e os campos não produzam alimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja mais gado,.."imagine, analise esta descrição da oração musicada que o profeta cantava dentro da noite.não havia mais perspectiva de vida, sucesso, sem alimento, gado, plantação,que situação. A perplexidade de Habacuque diante dos problemas era por demais angustiante (Habacuque1:3) que levava ele a queixa-se de Deus em meio a falta de justiça,como Deus ficava em silêncio em meio a tanta tribulação? Habacuque tinha consciência de que os dias eram tenebrosos. Mas ele compreendeu que pode confiar em Deus sem questionar, quando diz:"....os justos viveram pela sua fé.." (Habacuque 1:2).nossa mente humana é finita e não tem capacidade pra entender os desígnios de Deus, pois seus caminhos estão acima dos nossos(Isaías 55:9). Com essa compreensão Habacuque, despertou dentro dele a fé que o levou a ter ânimo em meio a toda a situação que ele vislumbrava e vivia.e disse ele:"...toda via eu me alegro no senhor,exulto no Deus de minha salvação..."(Habacuque 3:18). Esta confiança em Deus animava Habacuque, mesmo diante dos momentos mais difícies que ele por ventura passasse. Ele tinha em Deus uma fortaleza que o levava a tomar a decisão de continuar seguindo de cabeça erguida.."o Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça,e me faz andar altaneiramente."(Habacuque 3:19). O Senhor nos assegura que podemos confiar nele todos os dias, sejam eles quais forem os problemas (salmos 37:5 e 2 timóteo 1:12).portanto agora e só confiar e anima-se,há uma luz pra recomeçar, pra tornar a sonhar, pra ir mais a diante...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

não é com certeza meu país


A mídia nacional está dizendo que o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho concedeu nesta quinta-feira uma liminar para soltar a promotora de Justiça do Distrito Federal Deborah Guerner e seu marido, empresário Jorge Guerner.
Eles estão presos desde o dia 20 de abril na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do esquema.
Também é suspeita de tentar extorquir o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi preso e perdeu o cargo no auge do escândalo. Guerner e o marido são investigados ainda por suposto envolvimento em irregularidades na licitação para contratação de empresa de coleta de lixo em Brasília. Simulou quadro de insanidade mental para escapar das investigações.
O que me inoja nessa história toda é que com tantas provas cabais, este casal, provavelmente a esta hora, deve está livre, leve e solto, enquanto que um pai de família desempregado que furta alimento em um supermercado, é preso e fica por lá mesmo ao Deus dará.
Cadê a justiça ? as leis não são, digamos assim, uma ciência exata ? não é pra todos o mesmo peso e medida ?
Os advogados afirmam que as suspeitas e acusações são infundadas e alegam que não há motivos para que o casal permaneça preso porque eles não atrapalharam as investigações e tampouco planejavam fugir do país.
Quer dizer, só porque eles não planejavam fugir ( quem pode garantir isso ) nem estavam atrapalhando as investigações, esse patamar de provas não já era suficiente não ?
É como canta nosso Zé Ramalho... Um país onde as leis são descartáveis por ausência de códigos corretos
com quarenta milhões de analfabetos
e maior multidão de miseráveis
um país onde os homens confiáveis
não têm voz, não têm vez, nem diretriz
mas corruptos têm voz e vez e bis
e o respaldo de estímulo incomum
ode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ARROGÂNCIA



Ultimamente tenho topado com tipos como esse dessa historinha. O final será sempre o mesmo.
Um oficial da Polícia Federal vai a uma fazenda, em Itaúna, MG , e diz ao dono, um velho fazendeiro:

- Preciso inspecionar sua fazenda por suspeita de plantação ilegal de maconha!
O fazendeiro diz:
- Sim senhor, mas não vá naquele campo ali - e aponta para uma certa área.

O oficial fica puto da vida e cheio de arrogância sem deixar o fazendeiro terminar a frase, diz indignado:
- O senhor sabe que tenho o poder do governo federal comigo?
E tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro:
- Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero, e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? Me fiz entender?

O fazendeiro todo educado pede desculpas e volta para o que estava fazendo.

Poucos minutos depois o fazendeiro ouve uma gritaria e vê o oficial do governo federal correndo como louco para salvar a vida, perseguido pelo "Santa Gertrudes", o maior touro da fazenda. A cada passo o touro chega mais perto do oficial, que sem duvida será chifrado antes de alcançar um lugar seguro. O oficial está apavorado...
O fazendeiro, mineirinho muito educado e ingenuo, larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:
- Seu crachá! Mostra o seu CRACHÁ pra ele!...

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Esma e os Jornalistas


A Escola Superior da Magistratura – ESMA – “Desembargador Almir Carneiro da Fonseca”, promoveu nesta última terça-feira, dia 12,das 8h30 às 19h, na sua sede, no bairro Altiplano, um curso destinado a classe jornalística.
Magistrados e jornalistas discutiram temas relacionados ao funcionamento da máquina judiciária, desde a estrutura do sistema de justiça nacional, passando pela composição e funcionamento do poder judiciário e suas mais relevantes áreas de atuação – infância e juventude, família, ação social e criminal, além de tratar com a imprensa, a questão inerente à simplificação da linguagem jurídica.
Sem dúvida, discussões de temas relevantes do mundo jurídico, não são apenas do interesse da comunidade jornalística, mas também contribuirá e muito no cotidiano do jornalismo judiciário
De parabéns o Tribunal de Justiça da Paraíba, através da ESMA por promover essa aproximação tão imprescindível com a imprensa paraibana.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Os gemidos da natureza


O terremoto que sacudiu o Japão e o tsunami que varreu algumas de suas cidades no mês de março de 2011 ainda nos chocam profundamente. A natureza está gemendo e se contorcendo de dores. Os terremotos, maremotos e tsunamis, além de fenômenos naturais são também trombetas de Deus aos ouvidos da humanidade. Esses desastres da natureza vem de causas naturais e também de intervenção sobrenatural. Os efeitos da queda atingiram não apenas a raça humana, mas também a natureza. A natureza está sujeita à servidão e aguarda, com gemidos profundos, a restauração desse cativeiro (Rm 8.20-22). De igual forma, a igreja, tendo as primícias do Espírito, também geme aguardando sua completa redenção, quando teremos corpos incorruptíveis e gloriosos. Até mesmo o Espírito Santo está gemendo, com gemidos inexprimíveis, intercedendo por nós, em nós, ao Deus que está sobre todos nós (Rm 8.26).

Precisamos olhar para os fenômenos da natureza não apenas com os olhos da investigação científica, mas também na perspectiva da fé. Jesus disse que um dos sinais de sua segunda vinda seria a ocorrência de terremotos em vários lugares. Esses gemidos da natureza têm se intensificado sobremodo desde o século passado. No livro de Apocalipse, capítulos 8 a 11, há o relato das trombetas de Deus. Essas trombetas falam do juízo de Deus em resposta à abertura dos selos, quando o mundo perseguiu de forma implacável a igreja. Essas trombetas falam do juízo de Deus temperado com a misericórdia. São um alerta de Deus e um chamado ao arrependimento. Quando as trombetas tocam, seus efeitos se fazem sentir na terra, nos mares, nos rios, nos astros e sobre os homens. A fúria da natureza está fora do controle humano, mas cumpre uma agenda divina. Essa agenda é um chamado veemente de Deus às nações para o arrependimento antes que seja tarde demais. Se as trombetas não forem ouvidas, as taças da ira de Deus serão derramadas. A diferença entre as trombetas e as taças é que naquelas a porta da graça está aberta e a salvação é oferecida aos que se arrependem; porém, quando as taças forem derramadas não haverá mais tempo de arrependimento. As portas da graça terão se fechado para sempre.

Os defensores da teologia relacional defendem que nem mesmo Deus tem controle desses fenômenos e que ele é tão surpreendido como nós quando essas tragédias desabam sobre a humanidade. As Escrituras, porém, revelam-nos que nada apanha Deus de surpresa. Ele está assentado na sala de comando do universo e tem as rédeas da história em suas mãos. Cabe-nos nesse tempo de dor, ouvirmos sua voz; voltarmo-nos para ele com sincero arrependimento e expressarmos aos que são atingidos pelas catástrofes nossa solidariedade. Não temos o direito de especular a dor alheia nem fazer conjecturas apressadas. Devemos, antes, nos humilhar sob a onipotente mão de Deus e entendermos que os dias se aproximam. Devemos nos preparar convenientemente para o dia em que o Senhor virá em majestade e glória. Devemos viver com santo temor aguardando e apressando o dia da vinda de nosso Senhor. Devemos anunciar com senso de urgência o evangelho da graça e manifestar a todos os homens, nosso amor incondicional.

Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 22 de março de 2011

Paraíba Contra o Crack


Paraíba se une contra o crack

União Contra o Crack e Pela Vida. Este será o mote da campanha que o Governo do Estado lançará, nesses próximos dias, para estimular a população a se juntar à luta contra o avanço do crack na Paraíba.

Na tarde desta terça-feira dia 22, no auditório da PBPrev, aconteceu mais uma reunião onde a comissão da campanha, juntamente com os órgãos de Segurança Pública, Assistência Social, Educação, Justiça e Saúde nos âmbitos municipal, estadual, Poder Judiciário, Ministério Público, além de organizações não-governamentais que atuam no combate às drogas e no apoio aos dependentes apresentaram idéias e trabalhos que vão culminar numa grande ação no combate ao crack, essa droga que tem dizimado famílias no mundo inteiro.
Dentre as metas para longo prazo, está a elaboração de um Plano Estadual de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. Pelo menos quatro metas estão no foco central desse Plano de Enfrentamento, que são: prevenção, tratamento dos dependentes químicos, reinserção do dependente ao mercado de trabalho e a repressão ao tráfico de drogas.
Os representantes das entidades que compõem a Comissão de Enfrentamento ao Crack, estão correndo contra o tempo para elaborar um projeto interno, com definição das atribuições de suas instituições e sugestões de iniciativas, para posterior integração dessas idéias e organização de um plano estadual que contemple todas as frentes e os melhores projetos.
O trabalho de coordenação do Plano de Combate ao Crack está à cargo da Secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Aparecida Ramos e o Gestor do Programa de Políticas sobre Drogas (PEPD/PB), Pastor João Filho. Aparecida defende uma política de integração regional para combater os problemas sociais gerados pelo uso da droga.
A próxima reunião da Comissão de Enfrentamento ao Crack está prevista para acontecer na primeira quinzena de abril, em data e local ainda a ser confirmados.
Obs: Participei dessa reunião, por também ser mais uma na luta contra esse mal. Coordeno, juntamente com outras pessoas, uma ONG que cuida de viciados em crack, aqui em João Pessoa.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Vinte e Cinco Anos Comendo Sal Juntos


Quando Deus acabou de formar o homem, disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea”. E assim começou a história do casamento. O fato é que "até que a morte os separe”, frase ouvida por milhões de casais em boa parte do mundo durante a cerimônia religiosa de casamento, costuma ecoar sobre o homem ou a mulher quando a união está ruindo ou quando o que resta da ilusão matrimonial é mantido à duras penas. Presume-se que a intenção da maioria ao assumir um compromisso como esse é ser feliz pelo resto da vida. Mas... vida à dois não é fácil. Manter uma relação por décadas é coisa rara nesses últimos dias. São tantos “acidentes de percurso” que atuam com um força arrasadora.

Tem cônjuges que traem porque gostam de trair. Outros cônjuges traem sua cara-metade porque praticamente ele (a) obriga. Como? Abrindo uma lacuna no relacionamento. Relaxa com os compromissos, não dá atenção devida, não zela pela pessoa, não cuida, tem ciúme doentio que sufoca. Isso tudo vai gerando uma insatisfação e como nem todo mundo tem estrutura para passar a vida toda sofrendo, não vê outra saída a não ser trair e consequentemente separar. Todavia, existem aqueles que estão dispostos a pagar o preço pelo casamento, são aqueles que entenderam que “o amor é sofredor, é benigno; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece; não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. ( I co 13 )

Nenhum casamento vem pronto e acabado, qualquer casamento está potencialmente sujeito à separação. Mas homens e mulheres, por não compreender essa realidade, continuam utilizando recursos diversos para manter a casa em pé: são estratégias diretas, indiretas, um jeito particular de se esquivar ao diálogo, optar pelo silêncio, esperar pela melhor oportunidade de abordar certo assunto e, assim, atingir seu objetivo sem traumas.

Alguém disse que: “o Casamento é uma fortaleza sitiada, cercada, quem está fora quer entrar, quem está dentro quer sair”. Esse mês meu casamento completou 24 anos. Como qualquer pessoa, tive e tenho minhas crises e quem disser que não tem está mentindo, mas descobri que um relacionamento precisa de maturidade e tenho buscado isso. Um casamento inspirado no amor de Deus será forte, a ponto suportar os vendavais. Outra coisa também que deve ser levada em conta e que o problema não está no “ato em si do casamento”, mas nas pessoas. Tem gente que passa a vida inteira casando e descasando e acumulando mais problema - filhos, pensões etc. Eu ainda acredito na força do diálogo, tolerância e do amor.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Jesus X Assaltantes



Há nove anos atrás, eu ainda não tinha carro e numa certa noite recebi o convite de uns amigos/irmãos para fazer uma participação num programa de rádio na 107.7. Nessa época o estúdio da 107 situava-se no prédio da Asplan – rua Rodrigues de Aquino, centro de João Pessoa.
De pronto, aceitei o convite. E pela inconveniência da hora do programa ( 21h) fui acompanhada do meu esposo. Fui, participei e tínhamos combinado com o pessoal que eles nos dariam uma carona de volta. Só que quando faltavam uns 15 minutos para encerrar o programa, ou seja, às 21:45, para não incomodar as pessoas, nem fazê-las mudar a sua rota, resolvemos ir embora de ônibus.
Muita insistência para que esperássemos, afinal só faltavam 15 minutos, mas, realmente eu tava decidida ir embora. Saímos do prédio, por aquela ruazinha que vai dar na Diogo Velho. Pra quem conhece, sabe que aquele trecho é 100% comercial e naquele horário não se vê uma pessoa sequer pela rua. Totalmente esquisito. Mas... não lembramos disso e lá fomos nós pegar o ônibus em frente à Cagepa da Diogo Velho. Bem pertinho dalí.
Andamos uns 150 metros. Já estávamos praticamente na esquina, quando uma moto passou por nós. Fez a volta e veio na contramão, na mesma direção que a gente. Mas não percebemos nada. Daqui a pouco, mais próximo de nós, vimos quando o cara parou bem no meio da rua a moto e ficou com o motor ligado e outro foi ao nosso encontro e já foi sacando uma arma.
Nesse momento eu segurei firme a mão do meu marido e disse: “isso é um assalto”. Como em câmera lenta, o cara se aproximava da gente e eu mergulhada num silencioso desespero, olhei para trás rapidamente e pros lados, na esperança de que alguém nos vise e viesse nos socorrer. Mas que ninguém !
E num gesto reflexivo de quem crer no sobrenatural, olhei pro céu e gritei: “ Jesus chegue aqui, por favor”. E agora, vem a parte mais importante, que eu quero lhes contar. Antes porém, quero dizer não posso obrigar ninguém a acreditar, mas tenho obrigação de dizer que é a mais cristalina verdade. Quando chamei o nome que está acima de todos os nomes – Jesus – numa velocidade luz, parou uma viatura da polícia ( e eles não estavam em perseguição aos bandidos, se assim fosse, os caras da moto não teriam parado para nos assaltar ), desceram quatro homens armados e começam a atirar. O medo tem várias formas de manifestação. Nesse episódio, eu mumifiquei. Quanto mais o policial pedia para eu abaixar ou correr, mas parada eu ficava. Bom, passados alguns segundos nessa agonia, os caras se mandaram na moto e os policiais nos deixaram na parada do ônibus. Quando a ficha caiu, eu entrei numa crise de choro. Passei muito tempo sem sair de casa à noite. Até hoje, ouvir um barulho de moto, me arrepia até a alma. Voltei a vida normal depois que comprei um transporte.
Mas, o que eu quero mesmo dizer com isso tudo é que: esteja onde estiver, na situação mais caótica e sem saída humanamente falando, chame-o. Chame Jesus, Ele tem a saída.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cracolândia, quem se importa ?



Há cerca de um ano e meio, um casal passando pela cracolândia, viu a realidade daquela gente e resolveu humanizar e desenvolver ações sociais no varadouro, cidade baixa de João Pessoa, onde se aglomeram os chamados "nóias" . ( esse é o nome dos que usam crack, desprezados até pelos usuários de outros tóxicos). Lá, onde é conhecida também por cracolândia, a droga faz parte de uma rotina de muitas carências.
Fui convidada a conhecer o trabalho desse grupo e fiquei encantada com o amor e a dedicação que eles empregam. Me acostei ao Projeto Cristolândia e estou dentro da minha disponibilidade de tempo, dando minha parcela de contribuição.
Encontramos uma casa velha sem portas, no centro da cracolândia, onde servia de abrigo para os próprios usuários, descobrimos o dono, alugamos e restauramos. Através de doações entre as próprias pessoas envolvidas no projeto, conseguimos equipar a casa com camas, tvs, som, poltronas, enfim, uma casa abrigo, como a chamamos, é o ponto de apoio onde desenvolvemos os trabalhos com crianças, jovens e até adultos da comunidade.
A casa permanece aberta à comunidade de segunda à sexta nos dois turnos com equipes que se revezam. A cada 15 dias à noite é servido um sopão. Nessa foto acima, estávamos em plena atividade. Estamos programando para 19 de março uma dia de intenso de atividades sociais, para tanto já estou entrando em contato com médicos, dentistas, psicólogos, cabeleireiros e educadoras socio-religiosas para trabalhar com as crianças.
Quem usa crack é conhecido por sujar muito a área, no sentido de criar confusão, roubando a própria família, e os roubos sempre visam dinheiro imediato para comprar a pedra de crack. Desfazem-se de tudo o que têm, dormem fora de casa, não comem. Deixam de se cuidar, ficam sujos e, muitas vezes, se enfiam nas lixeiras, em buracos... Por isso, são conhecidos por muitos como “ratos da cidade". Mas, Pelas ruas da cracolândia onde muitos temem passar, andamos tranquilos e somos respeitados. No natal de 2010 realizamos um jantar para eles e disponibilizamos o banheiro para que eles fizéssem asseio ( tinha um rapaz que não tomava banho há seis meses ) demos-lhes roupas novas e escova de dentes.
O projeto Cristolândia não tem nenhum vínculo com agentes políticos. Tudo que é investido no projeto sai do bolso de cada integrante que paga uma taxa mensal. O amor a essas vidas destruídas é a base da nossa motivação. Não pedimos dinheiro a nenhuma instituição, porém aceitamos doações de roupas, calçados e objetos para atender as necessidades da própria comunidade. Contatos para doação pelo josycomunica@gmail.com.
Conhecendo a droga
Em menos de 15 segundos, a droga causa uma potente sensação de euforia, bem-estar e força física. Em menos de 15 minutos, ela termina. Logo vem uma depressão intensa. É como ligar e desligar de uma vez todas as luzes de um arranha-céu. Como os efeitos são tão imediatos, o organismo associa mais facilmente causa e efeito. Nas palavras dos usuários, eles ficam dominados pela pedra. "Não é como outras drogas, que eles compram para usar depois. A 'fissura' (desejo intenso de consumir a droga) é tanta, que usam na hora em que compram.
Tratamento possível
A cada uso, os vasos sangüíneos se contraem, a pressão sobe, o coração dispara, a respiração acelera, os neurônios se estimulam. Pode haver convulsão, infarto, derrame ou má oxigenação. De qualquer forma, coração, cérebro e pulmão ficam debilitados. Sem se cuidar ou comer, o usuário fica ainda mais vulnerável.
Vítima punida
O crack não pode ser encarado apenas como uma questão médica ou policial, e sim social, "Ele é sinal da vergonhosa e total falência das políticas públicas, em nível nacional, que expõem a criança à rua, não dão outras alternativas e, ao mesmo tempo, não impedem a chegada da pedra. Os órgãos públicos deviam resolver quem assumi a tarefa do atendimento ao usuário, trabalhar de forma articuladas entre as tres esferas do executivo e as escolas deviam realizar programas preventivos. Na minha humilde opinião, o caminho da mudança é uma ação coletiva e solidária.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não Vendo, Não Troco, Não Dou


Não Troco, Não Vendo, Não Dou

Próximo do final do ano passado, fomos convidados para um almoço na residência de Alexandre Delgado, no bairro de Manaíra, na capital. Alexandre é um monteirense “caba da peste”de gente boa, uma dessas figuras que você gosta de graça.
Conversa vai, conversa vem, enveredamos pela questão da insegurança e consequentemente da violência que tão de perto nos rodeia. Ouvi da esposa de Alexandre, que agora deu um branco no seu nome, um depoimento muito forte, que realmente mexeu com um desejo misturado com a necessidade que eu sinto de mudar de bairro e morar num local mais próximo da praia.
Enquanto eu conhecia cada recanto da casa, uma senhora casa, aconchegante, espaçosa e confortável na Av. João Câncio, eu naturalmente fui falando tudo que estava achando e não poupei elogios. Elogiei o bairro, a localização da casa, a arquitetura, a decoração etc, tudo lindo e perfeito. Mas logo voltei ao mundo real, ao ouvir da boca da anfitriã que eles ali vivem com o refugiados. O medo pela insegurança promovido pela onda de assaltos se tornou íntimo da família. Ninguém consegue ficar no jardim, pra ir na esquina comprar alguma coisa tem que se fazer um mutirão e ficar na tocaia pra ver se não tem nenhum elemento estranho zanzando pela rua, sair de bicicleta pra ir à praia nem pensar. Sair à noite de carro muito menos. Filhos pra ir ao colégio é um aperreio dos pais, pra ir levar e pegar, pois de ônibus ninguém confia no trajeto da parada pra casa. Todos já foram assaltados N vezes. Trauma com força !
Nossa ! acredito que como eu, você também deve está achando um absurdo de exagero. Mas pela expressão na voz e no rosto dessa família, o negócio realmente tava brabo ( tava porque não sei se ainda continua ).
Depois de ouvir tudo isso eu falei, puxa e eu que cheguei aqui pensando, ah quem me dera morar nesse lugar ! foi quando eu passei a contar o dia a dia do meu bairro e da minha família. Moro num conjunto habitacional feito para funcionários públicos na zona sul da capital. Bem distante da praia. Um lugar simples, de gente pacata, onde no final da tarde se pode sentar na calçada. Onde as crianças andam de bicicleta tranquilamente. Onde a gente ainda vê adolescentes descendo a pista em patinetes. Onde o leiteiro, o homem do pão, da fruta, entre outros vendedores passam todos os dias à nossa porta. Onde as roupas dormem no varal e amanhecem no mesmo lugar. Já passei 10 dias fora de casa e deixei várias coisas no jardim, voltei e tava tudo do mesmo jeito. A hora que chego em casa, seja noite ou madrugada, tranquilamente abro o portão, guardo o carro e nunca vi nenhum “pantim”. Meus três rapazes quando saem à noite e voltam depois das 11:30, ou de carro, moto ou ônibus, nunca aconteceu nada com eles, graças a Deus, durante duas décadas. Uma tranqüilidade inexplicável.
Mediante esse meu relato, ouvi da amiga de Manaíra: “você quer trocar de casa comigo” ? “eu daria tudo para morar num lugar assim”. “que inveja eu sinto de você”...
Infelizmente não pretendo vender minha casinha com ares de interior, que me oferece gratuitamente um artigo essencial, fundamental à vida que é a segurança pessoal, que é paz e tranqüilidade. Muito embora sabendo que futuramente vou ter que mudar, para um bairro praiano por uma questão de necessidade e comodidade da família, mas enquanto isso não acontece, vou vivendo essa paz que a maioria das famílias de outros bairros já não conseguem viver. Infelizmente.
Moral dessa história: nem sempre o mais caro, o mais “up”, é sinônimo do melhor. Muitas vezes o mais simples oferece uma demanda de benefícios bem maior e melhor. E este é o meu relances de hoje.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Criança sofrendo como adulto


Isso ocorreu no ano de 1987 em João Pessoa

No relances de hoje, me veio à memória, a história da vida real de um garoto de 10 anos que apesar da pouca idade já assumia responsabilidades de gente grande. Ele morava com a mãe e mais um irmãozinho, em uma casa que estava prestes a desmoronar na comunidade Beira da Linha, bairro Alto do Mateus.

Estava eu fazendo uma matéria jornalística para o Jornal Correio da Paraíba, na Secretaria de Estado que trata do social e humano, não lembro quem era o secretário na época. E enquanto aguardava minha vez, tive tristeza de conhecer essa história que agora passo a vos contar.

A mãe do menino, que também não lembro o nome, além de ser muito pobre, tinha feito uma cirurgia ( após acidente ) e havia colocado platina nos braços e pernas. A mulher me mostrou o corpo todo parafusado. Ela realmente não tinha condições de trabalhar e havia sido abandonada pelo marido ( é comum o ser humano descartar outro quando este não o serve mais).

A força e determinação do garoto, apesar da pouca idade e da miséria que viviam, era o alento da mãe. Os três ( porque ela teve outro filho ) dividiam um barraco que foi parcialmente destruído durante uma das chuvas fortes. Há anos sem aposentadoria, a situação dos três era bastante difícil. Para poder se alimentar, ou os vizinhos os ajudavam ou a mãe faria exatamente o que estava fazendo naquela tarde que a conheci: pedindo ajuda ao governo.

Já conhecido dos donos de restaurante, ele recebia vez por um pouco de comida na hora do almoço. E Quando ele não sentia fome, levava para ela”, revela. O menino ainda tinha a obrigação de cuidar do irmão mis novo. Era ele que dava banho na mãe quando ela acamava ( ela tinha umas crises e paralisava geral ), quem lavava roupas etc.

Nessa história toda, o que mais me chocou ( passei dias pensando nisso ) foi o relato da mãe de que teve noites que ela não tinha nada pra comer nem dar aos seus filhos e os dois choravam de fome. Ela se via tão atribulada de uma forma, sem ter o que dar, sem saber o que fazer, que no desespero, batia neles até eles não agüentarem mais e cair no sono. Ela me contou isso em lágrimas. Lembrei da música de Djavan...” sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar ? sabe lá, sabe lá”! Não a julguei por isso. Quem sabe de nós, somos nós mesmos. Quem pode dizer qual o limite do limite ?

Nunca mais a vi. Tomara Deus que essa história não tenha terminado assim.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um Anjinho Chamado Isac


Izaque, foi um menino que teve pressa em tudo na vida. Nasceu antes do tempo – aos 8 meses de gestação da mãe – andou, andou não correu, deu cambalhotas, aos 8 meses de idade. Com um ano e meio já falava tudo e mais alguma coisa. Aos dois anos, Izaque era um adulto perfeito. Entendia tudo que um adulto entende. Falava coisas que nem todo adulto é capaz de falar. Sentia coisas que a maioria dos seres humanos não sente – amor pelos animais, pelas plantas, pelo irmão mais velho, pelos pais, pelos avós, por sua própria vida.

Izaque falava com os animais. Ele adorava deixar as formigas subirem por suas pernas e falava para elas “ não é pra morder não em “. Ele falava com as plantas. As tratava bem. Tinha um amor muito grande por seu irmão mais velho. Pelos pais então, nem se fala. Ele fazia declaração de amor à sua mãe.

Aos dois anos de idade, foi descoberto um tipo de CA raríssimo no seu corpo. A família de Izaque fez tudo que humanamente se podia fazer. Os médicos deram 5 meses de vida ao menino. Dito e acontecido. Os seus últimos cinco meses de vida, foi de casa para o hospital. Seus últimos dias foram num leito de hospital com sua mãe. Nesses últimos meses de vida, Izaque provou que realmente sua passagem por aqui era mais que meteórica. Izaque não reclamava de nada. Não chorava com dor – ainda que tivesse sentindo. Sentindo como se adulto fosse, as dores de alma da sua mãe, ele apenas sorria e dizia “ mamãe Izaque vai ficar bom”. Em outras vezes, o pequeno Izaque dizia, “mamãe não fique triste, Jesus me ama”.

Enquanto isso a doença ia castigando o pequeno corpo do inocente que a cada dia surpreendia a médicos e enfermeiros, com sua inteligência precoce. Faltando um dia no calendário do criador para sua partida, Izaque implora à sua mãe que traga seu irmão de 10 anos para que ele o veja. Desejo atendido. Ao se aproximar do leito, Izaque, puxou a máscara de oxigênio que usava, e mesmo com sua pouca força na voz e no corpo que já estava muito magrinho, disse pro seu irmão “ Belelo - apelido dado ao irmão pelo próprio Izaque – eu amo você, não fique triste porque estou bem”.

Horas depois, Izaque ficou cego. No dia seguinte partiu, nas asas do vento, com destino certo e sabido, os braços do Pai, a quem sua vida foi consagrada.

Mãe de Izaque: Edna – Auxiliar de Serviços Gerais da Subsecretaria de Cultura - Casarão dos Azulejos

Izaque – 2007 - 2009