quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um Anjinho Chamado Isac


Izaque, foi um menino que teve pressa em tudo na vida. Nasceu antes do tempo – aos 8 meses de gestação da mãe – andou, andou não correu, deu cambalhotas, aos 8 meses de idade. Com um ano e meio já falava tudo e mais alguma coisa. Aos dois anos, Izaque era um adulto perfeito. Entendia tudo que um adulto entende. Falava coisas que nem todo adulto é capaz de falar. Sentia coisas que a maioria dos seres humanos não sente – amor pelos animais, pelas plantas, pelo irmão mais velho, pelos pais, pelos avós, por sua própria vida.

Izaque falava com os animais. Ele adorava deixar as formigas subirem por suas pernas e falava para elas “ não é pra morder não em “. Ele falava com as plantas. As tratava bem. Tinha um amor muito grande por seu irmão mais velho. Pelos pais então, nem se fala. Ele fazia declaração de amor à sua mãe.

Aos dois anos de idade, foi descoberto um tipo de CA raríssimo no seu corpo. A família de Izaque fez tudo que humanamente se podia fazer. Os médicos deram 5 meses de vida ao menino. Dito e acontecido. Os seus últimos cinco meses de vida, foi de casa para o hospital. Seus últimos dias foram num leito de hospital com sua mãe. Nesses últimos meses de vida, Izaque provou que realmente sua passagem por aqui era mais que meteórica. Izaque não reclamava de nada. Não chorava com dor – ainda que tivesse sentindo. Sentindo como se adulto fosse, as dores de alma da sua mãe, ele apenas sorria e dizia “ mamãe Izaque vai ficar bom”. Em outras vezes, o pequeno Izaque dizia, “mamãe não fique triste, Jesus me ama”.

Enquanto isso a doença ia castigando o pequeno corpo do inocente que a cada dia surpreendia a médicos e enfermeiros, com sua inteligência precoce. Faltando um dia no calendário do criador para sua partida, Izaque implora à sua mãe que traga seu irmão de 10 anos para que ele o veja. Desejo atendido. Ao se aproximar do leito, Izaque, puxou a máscara de oxigênio que usava, e mesmo com sua pouca força na voz e no corpo que já estava muito magrinho, disse pro seu irmão “ Belelo - apelido dado ao irmão pelo próprio Izaque – eu amo você, não fique triste porque estou bem”.

Horas depois, Izaque ficou cego. No dia seguinte partiu, nas asas do vento, com destino certo e sabido, os braços do Pai, a quem sua vida foi consagrada.

Mãe de Izaque: Edna – Auxiliar de Serviços Gerais da Subsecretaria de Cultura - Casarão dos Azulejos

Izaque – 2007 - 2009

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