terça-feira, 30 de março de 2010

Abram Alas Para o Mêdo



Num dos meus relances de vida, lembrei de quando começou o pânico da gripe suína. As mídias local e nacional deram um show de informação sobre a doença e também levou-nos a viver momentos de grande pavor. O fantasma da gripe que matava em poucos dias estava estampado em cada rosto mascarado.

No auge dessa “tribulação viral”, meu pequeno Victor, 14 anos, 1m80cm, ( nossos caçulinhas são sempre pequenos), apresentou um quadro de febre, dores e espirros. Assustada com o bombardeio das informações, corri com ele para o “trauminha” de Mangabeira. Foi atendido na emergência e o encaminharam para o PSF do bairro. Disseram que só nos PSFs é que o procedimento para o diagnóstico seria feito.
Tocamos para o PSF do meu bairro. Chegando lá, descobri pelo mapa do bairro, que minha rua tinha o mesmo “problema geográfico” da cidade de Pedras de Fogo/Itambé. Ou seja, uma linha imaginária, divide os dois municípios. Uma linha imaginária dividia os bairros e eu fui re-encaminhada para outro PSF. Nisso, o quadro do menino que estava sem se alimentar ficava pior. Ao chegar finalmente nesse último PSF, muita gente na recepção e pelo visto não tinha mais como atendê-lo. Foi quando eu resolvi expor o problema do meu filho. Aos poucos eu vi as pessoas se afastarem de perto dele. A recepcionista saiu de fininho e entrou numa sala. Não demorou dois minutos a enfermeira nos chamou e trancou a porta. Com muita dificuldade e tremendo bastante ela pediu que o menino colocasse a máscara. Pelo quadro, a enfermeira achava que era a gripe suína. Mais do que rápido, o encaminharam para o ambulatório médico e finalmente veio o diagnóstico. Amigdalite braba. Nada que um bom antibiótico não curasse. Feito o tratamento, a vida de Victor voltou ao normal.
Hoje, relatando esse episódio, dei boas risadas, ao lembrar das pessoas se desviando desfarçadamente do menino com medo de pegar o vírus, cedendo a vez e abrindo alas para o atendimento.




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