quinta-feira, 25 de março de 2010

Na Barraca do Mercado Central

Sempre passo pelo mercado central de carro. Mas, dia desses precisei pegar ônibus naquele local. Enquanto aguardava o transporte comecei a observar o novo mercado e veio-me à lembrança de quando vez por outra eu almoçava nos “restaurantes” daquele lugar.
Nos ídos de 2002/2003 meu queridíssimo colega jornalista, advogado e professor, Germano Ramalho, assumiu a coordenação de jornalismo das rádio do Sistema Correio e eu, era digamos assim, era quem coordenava a produção, principalmente do Correio Debate. De modo que passávamos a manhã no corre-corre e depois das 14 horas, quando encerrava a primeira etapa da labuta, é que íamos almoçar “cada qual no seu quadrado”.

Vez por outra, dado à necessidade de voltarmos logo pra redação, Germano me convidava para irmos comer um bodinho numa daquelas “barracas”. Garanto que nem todo mundo tem essa coragem, princialmente sendo mulher. Mas nunca fiz discriminação de ambiente. Eu tanto sei comer no Tererê, quanto em uma barraca do Mercado Central. E lá íamos nós. Ao nos deslocarmos para o interior do mercado, íamos chamado a atenção de todos por estarmos destoando da clientela costumeira do lugar. Bem vestidos, bem apessoados, porte de pessoas de bem. Mas quem se importa com isso ?
Escolhida a barraca. Não tínhamos muita opção não. A maioria o esgoto corria à céu aberto e encontrar uma posição que o tamborete não virasse, dado ao desnivelamento do piso, era coisa difícil. Porém, tudo na vida tem um preço. E o preço daquilo era exatamente uma comidinha caseira e muito deliciosa. Pedido feito. Comida na barriga e pé na tábua de volta pra redação. Ninguém nunca morreu por ter comido numa barraquinha seja lá de onde for. Mas muitos jornais tem trazido manchetes de “entoxicação” por comidas estragadas de restaurantes chiques. Mas o que eu quero mesmo dizer com esse relance de vida, é que é tão bom aproveitar as coisas simples que a vida nos oferece. Sem orgulho e preconceito. Lembrando a todo momento que fomos feito do pó e para ele vamos voltar.

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