terça-feira, 27 de julho de 2010

Super ? Hiper ? Mega ? Isso Nunca deu Certo


Final de semana longo e chuvoso. Me serviu para ler, refletir e escrever. Será que alguém consegue ser auto-suficiente em tudo? Embora seja a tentativa de muitos, é falida. Uma pessoa auto-suficiente não desfruta de plena felicidade, tanto porque não faz por merecer. Geralmente, reflete mais egoísmo que generosidade consigo mesmo, e na maioria é egocêntrico seu comportamento frente aos demais. É claro que, todos precisam de certa auto-suficiência, mas, cuidado. Seres humanos não podem ser considerados infalíveis e perfeitos. Nem mesmo Cristo, que era, é e será sempre perfeito, agradou a todos.
Sou a miss imperfeição, muito prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado uma vez por semana, almoço com os filhos quando dá, telefono para minha mãe quase todas as noites, vou à igreja pelo menos três vezes por semana, procuro minhas amigas, viajo, vou a praia, pago minhas contas, respondo a dezenas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, pedalo pelo menos 15 minutos diariamente, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio meu livro de cabeceira – a bíblia – jornais, sites, escrevo para blogs. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic (Pessoa que se dedica exclusivamente ao trabalho e quer sucesso a qualquer preço ) .

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Temos que ser sim, imitadores de cristo, mas não querer que as pessoas nos vejam como infalível.Somos humildemente, humanos e imperfeitos. E, se não aprendermos a delegar, a priorizar bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correto, não é aceitar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para cantarolar sozinho na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja. Tempo para deixar os filhos em casa e passar algumas horas com seu amor. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo voltar a estudar. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizado e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
o homem moderno anda muito antigo. Acredita que, se não for super, se não for um executivo ISO 9000, não será bem avaliado. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada melhor do que ser independente. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão.
Desacelerar tem um custo. Mas vale a pena.

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