quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ilustre Desconhecido

Nesses relatos que faço, dentro do blog cujo nome já diz tudo, são relances, micro momentos da minha vida, registrando coisas que eu considero relevantes que se passam ao meu redor. As vezes sou co-protagonista. Pois bem, estava eu, às 15h da tarde de ontem, em uma das paradas de ônibus da av Epitácio Pessoa, ( tinham mais duas pessoas no local ), aguardando a minha linha de transporte, quando chega e senta do meu lado, um garotinho de no máximo 10 anos de idade. Nas mãos ele trazia uma pequena caixa contendo balas, chicletes etc, sinal de que, a sua principal intenção era vender os produtos. Atividade hoje, muito comum dentro e fora dos ônibus. Ao se aproximar, sentou do meu lado e as pessoas já começaram a se afastar. Com características de criança muito pobre, pelas suas vestes, muito queimado do sol, talvez com fome e sede, ele não teve pressa em querer vender. Tranquilamente passou a entregar umas literaturas cristãs, com textos de encorajamento, que cai muito bem com os dias atuais. Ninguém quis pegar. Aliás, nem olharam o que era, apenas balançaram a cabeça negativamente. Quando eu vi aquilo, o coração bateu acelerado de emoção. Como pode uma criança tão pequena, numa oportunidade de ganhar um dinheirinho, deixar de lado suas necessidades financeiras e ir primeiro fazer o ide imperativo do Senhor ? distribuindo trechos das Sagradas Escrituras. Aquilo me marcou. Muito. Puxei conversa com ele, chamado-o de amiguinho. Onde você mora? Estuda ? que faz na vida ? e sua família ? porque voce entrega esses folhetos etc etc. Ele falou pra mim assim: “É porque eu preciso de Jesus na minha vida para me proteger e abençoar”. Comprei algumas coisas para ajudá-lo. Foi o tempo que chegou o ônibus e fomos embora. Eu e ele. Cada um para seu destino. Para se levar a palavra de Deus, a pessoa necessariamente, não precisa ter carro, dinheiro, etc. Não existe idade certa, nem local, nem hora. Basta tão somente se dispor e ter um coração que ama o próximo. Não lembro o nome dele, mas a retomada dos artigos desse blog, que há alguns anos estavam parados, voltam hoje em grande estilo, homenageando essa criança desconhecida.Tiramos uma selfie, infelizmente, perdi o arquivo. Essa foto é meramente ilustrativa. Mas parece muito com ele.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A BÊNÇÃO DO LIVRO DE ESTER de Dorian Anderson Soutto A segunda reflexão desta semana é outra de Dorian Anderson Soutto, novamente sobre uma oportunidade única. Bem que Dorian pergunta: "Quantas vezes reclamamos por um pneu furado, sem saber que pode ser a ação de Deus para nos proteger de algo pior. Quantas reclamações por chaves perdidas, doenças e coisas que até parecem ruins no momento, mas logo descobrimos que foram para nosso bem..." Aproveite, e depois compartilhe com alguém especial que precisa ser lembrado que nada à vista de Deus acontece por acaso, especialmente para aqueles que O amam e estão determinados a serví-Lo. No primeiro capítulo do pequeno livro de Ester nem se fala na própria Ester. Apenas relata-se um acontecimento entre o rei Assuero e rainha Vasti. Uma festa no palácio, o rei festejando com os príncipes e servos, e Vasti em outra sala festejando com as mulheres. Bebam à vontade! - dizia o rei - tem vinho real em abundância! Depois de quatro dias de festa o rei já estava com o pé redondo, cara cheia, ou embriagado, para os mais cultos. Ou melhor ainda, com coração alegre do vinho, como cita a Bíblia. Como em toda festa que tem álcool, o resultado sempre tende a ser desastroso, o rei começa a se exibir. Vamos imaginar a cena: - Mulher é aquilo que eu tenho em casa! O resto é conversa! - Pede pra este povo que está aí sem fazer nada (eunucos) trazer minha esposa, para eu mostrar pra galera o que é mulher de verdade! - Bota umas roupas decente, hein! Não esqueça da coroa. Com certeza não foram estas palavras. Mas podemos imaginar que para uma pessoa bêbada, não deve ter sido muito diferente disto. A rainha Vasti, porém, recusou a atender à ordem do rei, pelo que o rei muito se enfureceu. O rei deve ter ficado com a cara no chão. Então perguntou aos "sábios" o que fazer, e obteve a seguinte resposta: - Olha, majestade, o que sua esposa fez foi muito feio, e sem falar que ela deu um testemunho horrível! Já imaginou o que nossas esposas vão pensar? Não vai ter mulher neste reino que vai obedecer aos seus maridos.Se eu fosse vossa excelência, dava uma lição na rainha, para servir de exemplo para todas as mulheres. Vossa excelência nunca mais deveria olhar para esta mulher e deveria encontrar outra que seja melhor do que ela para ser a nova rainha. E assim fez o rei... E cadê a Ester nesta história? É ai que vem a melhor parte! Ester nem em sonho imaginava o que estava acontecendo no palácio. Ela estava levando sua vida junto ao primo Mordecai, pois seus pais tinham morrido e o primo a havia adotado. Ester era esbelta e formosa. Devia ser daquelas que paravam o trânsito de camelos na época. O que devemos atentar aqui é o fato de duas histórias estarem acontecendo ao mesmo tempo: a órfã Ester de um lado, e os bochichos no palácio do outro. Mas desde a antiguidade já se via e ouvia falar de um Deus que trabalha enquanto dormimos. Um Deus que conhece nosso passado, trabalha com o nosso presente e prepara-nos um futuro de paz e esperança. Nem Ester e nem o rei imaginavam o que estava por vir, mas O Guarda de Israel, aquele que não dormita, estava atento e já preparava a salvação de seu povo, assim como fez com a cruz, a qual preparou antes mesmo da fundação do mundo. E agora exatamente neste minuto, eu não sei o que está acontecendo ao meu redor. Existe ou vai existir uma trama para acabar com o meu povo ou comigo? Está para acontecer outra catástrofe como o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro? Outra onda gigante? Quem saberá responder? Não precisamos destas resposta quando sabemos em quem temos crido, quando podemos crer no amanhã. Deus já está lá preparando tudo para que seus filhos cheguem em segurança, senão ele não teria dito “vou lhes preparar um lugar”. Assim como Ester, vivemos nossas vidas sem saber o que está acontecendo no oculto. Mas Aquele ao qual todas as coisas estão nuas e patentes diante de Seus olhos sabe, conhece aqueles que intentam mal contra seus filhos, e os livra. Voltando a história: Passando a ressaca do rei, ele se lembrou que estava sem rainha e mandou promover um concurso de beleza onde ele elegeria a mais nova rainha. Como Ester era formosa, os guardas a levaram junto com outras donzelas para o palácio. Mas Ester não revelou de qual povo pertencia, a pedido de seu primo. Ester teve tratamento vip no palácio, pois Deus sempre abre as portas quando é propósito dEle, assim como fez com Daniel e seus amigos, e com José no Egito. Logo chegou o grande dia da escolha. Adivinha! E o rei amou a Ester mais do que a todas mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e a fez rainha em lugar de Vasti. (Ester 2:17). Creio que temos aqui nesta situação algo implícito que podemos aproveitar. Deus não tira alguém do anonimato e coloca junto aos príncipes só para agradar a carne. Mas podemos ter certeza que é para cumprir um propósito dEle. Mas o que Ester não sabia é que ela tinha um inimigo cujo nome era Hamã. Ele não era inimigo direto dela, mas sim de todo o povo escolhido, assim como nosso inimigo hoje. Hamã odiava Mordecai, o primo de Ester, por ele não inclinar-se perante ele. E isto não é nada diferente do nosso inimigo atual, que desejou que nosso Mestre se prostrasse diante de seus pés, e nos odeia quando não nos prostramos diante dele através das coisas deste mundo. Hamã elaborou um plano diabólico para destruir o povo de Deus. Mas como sempre, Deus já havia antecipado em preparar a provisão para o Seu povo. Deus tirou o sono do rei durante a noite, para que ele lesse o livro das crônicas e achasse o nome de Mordecai, primo de Ester, e descobrisse que estava em dívida para com ele, pois Mordecai tinha salvo a vida do rei em outras épocas. Como nós somos pretensiosos para com os planos de Deus, às vezes esperamos que a salvação virá através de um anjo com espada flamejante, ou fogo do céu. Mas um detalhe que poderia passar desapercebido por todos, pode mostrar as ações de Deus. Não é à toa que Ele nos exorta em Is.55:8 "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,os meus pensamentos mais altos do que os vossos". Seria porque Ele é Deus e nós não? Quantas vezes reclamamos por um pneu furado, sem saber que pode ser a ação de Deus para nos proteger de algo pior. Quantas reclamações por chaves perdidas, doenças e coisas que até parecem ruins no momento, mas logo descobrimos que foram para nosso bem. Quem não tem uma história deste tipo, que levante e atire a primeira pedra da incredulidade! Não é por acaso que a palavra nos exorta a dar graças em tudo. Devemos nos lembrar que Ele já está lá. E sendo um Deus bom, não podemos esperar nada que não seja bom, proveniente da sua divina bondade, sua benignidade eterna. Devemos nos prostrar com os rostos no chão e pedir perdão ao nosso Pai por muitas vezes duvidar disto com as nossas reclamações. Ester uniu-se com o primo para proteger seu povo. Quantas bênçãos encontramos quando protegemos e cuidamos do povo de Deus, o nosso povo! “Apascenta minhas ovelhas”, foi o pedido de nosso Mestre para demonstrarmos nosso amor para com Ele. - “Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” Embora o nome de Deus não seja mencionado em todo o livro de Ester, a presença do Senhor está evidente na fé de Mordecai e no seu reconhecimento de que ela chegou no palácio com um propósito. Olho para onde me encontro neste momento e faço esta pergunta a mim mesmo: Quem sabe não foi para um propósito maior do que eu possa imaginar, que Deus me colocou neste lugar ou nesta situação? Para o filho remido que deseja fazer a vontade do Pai, não tem hora e nem lugar. Sabe que, se está respirando, tem projeto de Deus para sua vida; nunca coloca a benção acima do abençoador, mas procura usar a benção para ser abençoador. Ao final deste livro temos como resultado o inimigo humilhado, os filhos sendo usados para a salvação de um povo, e um povo festejando a vitória sobre o inimigo e a salvação. Que receita maravilhosa! Como é magnífica a escritura! Como relata a realidade do povo eleito e escolhido pelo nosso Maravilhoso Deus! Posso ir para cama hoje e dormir o sono dos justos. Amanhã é outro dia e meu Pai já terá passado por lá e preparado o caminho. Estará comigo amanhã, como está agora e esteve ontem. Este é o tipo de coisa que somente um filho pode entender. Coisa que para o mundo é ilógico, mas por ser ilógico é que necessita de fé. De fé em fé lá vamos nós! Nosso Pai é soberano, tem o controle de todas as coisas. Não me preocupo se tem alguém tramando o mal contra mim. Não tenho controle sobre todas as coisas. Na realidade, não tenho controle sobre nada! Por isto descanso no meu Senhor. Quem impedirá o Seu agir? As coisas ocultas pertencem a Deus. Eu tenho paz, a verdadeira paz. Sabe por que? A resposta esta aqui: "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti". (Is 26:3) Eu bem sei em quem tenho crido.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cai Cai Tanajura



Anos atrás quando as águas de março estavam fechando o verão, eu voltava pra casa final de tarde e ao entrar na “minha rua” eu avistei um grupo de crianças e adolescentes fazendo a farra da tanajura. Quem nasceu no interior sabe exatamente do que estou falando. Quando o inverno está se aproximando, o primeiro sinal é a “enxurrada” de tanajuras. Até hoje não sei pra que elas servem. Tem gente que as come por apreciar o sabor, outros acreditam que ela cura problemas na garganta. Não entendo o prazer das crianças de ver a queda das tanajuras. Mas uma coisa eu concordo, é uma farra totalmente saudável, sem violência, nem prejuízos. Ao contrário da farra do boi e outras tantas farras onde pessoas adultas, de uma forma incompreensível e absurda, derrubam animal, machucam e são machucados, coisa de louco.

No meio daquela meninada eu avistei meu filho caçula de 13 anos ( na época ) e ele estava eufórico. Acredito que foi sua primeira farra da tanajura. Sempre tive a mania de contar episódios da minha infância e adolescência pros meus filhos. Eles amam ouvir. E certa vez eu falei da derrubada de tanajura que eu participei lá em Sumé. Isso foi o suficiente para que meu filho ao meu ver chegando em casa , me pedisse insistentemente que eu fosse também tentar derrubar os insetos que voavam tirando um fino na cabeça da meninada. Para não desapontá-lo, cansada como me encontrava, disse-lhe que correr eu não iria, mas poderia ficar dando um “apoio”. Pode ser que algum leitor ache uma besteira, mas pude dar-me ao luxo de colocar uma cadeira na calçada e ficar assistindo aquela cena tão simplória para mim, mas de um grande valor para aquelas eufóricas, felizes e barulhentas crianças que vibravam à queda dos formigões.

O meu filho “caçador de tanajuras”, as derrubava e deixava no chão. Ele ía no embalo das outras crianças, por pura brincadeira. Por um momento eu me questionei: “será se outros bairros tem essa mesma “peculiaridade” ? Será se estou mesmo no bairro de uma capital ? pois era uma paisagem purinha do interior, como diria nosso querido Poeta Jessier Quirino.
Não sei se nesses bairros de muitos arranha-céus, as crianças têm a oportunidade de vivenciar esta sazonalidade que tem a cara de interior. Mas creio que eles iriam se divertir muito correndo atrás dos formigões.

P.S: Quando esse texto foi escrito eu não morava num bairro de arranha-céus. Estou republicando porque o acho interessante e quero compartilhar com voces.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011




Esses homens não precisaram se embriagar, nem fumar, nem se drogar, para sentir essa felicidade e esta paz. Só precisaram tomar uma atitude e fazer cursilho - o maior investimento na vida do ser humano. Nesse meio aí estão pessoas de bem que precisavam se reencontrar consigo próprio e com o seu criador e tem também pessoas que entraram bandidos, viciados, traficantes e tantas outras coisas, como eles mesmos testemunharam e saíram do cursilho, pessoas transformadas, arrependidas, restauradas pelo poder da palavra de Deus. Se voce ainda não fez, faça com pressa. Voce já perdeu muito tempo.
Mas o que é cursilho ? O Cursilho é uma palavra espanhola, que quer dizer "pequeno curso", de pouca duração. Teve origem na Espanha. Acontecem em 4 dias, sempre nos finais de semana, com entrada na noite da quinta-feira e saída no final do domingo. É um encontro vivencial, com uma dinâmica própria, onde um grupo de cristãos (leigos e sacerdotes) testemunha sua caminhada e coloca para reflexão e debate temas ligados a fé e à vida.
O Cursilho é tanto para homens como mulheres, adultos ou jovens, que sejam pessoas:
• Com capacidade de redescobrir e reafirmar sua personalidade através de opções livres e conscientes;
• Inquietas, ansiosas para transforma-se e transformar o mundo na linha da solidariedade e da justiça;
• Aptas para viver em e para a comunidade, capazes de dar sabor como o sal, de iluminar como a luz, de transformar a massa como o fermento.
O Cursilho não é:
• Apenas uma expediência de fim-de-semana ou um simples retiro ou uma terapia de grupo. É uma experiência profunda de fé, de transformação pessoal .
Em síntese, o Cursilho tem método próprio que facilita a vivência do Fundamental Cristão, na conversão aos valores do Reino de Deus, ajudando a descobrir e a realizar a vocação pessoal, respeitando-a e criando Núcleos Ambientais Cristãos. Estes núcleos são pequenas comunidades eclesiais criados para que as pessoas fermentem de Evangelho os seus ambientes (familiar, profissional, social, político, religioso...) através de seu testemunho e da palavra, e que pratiquem os valores do Reino de Deus, anunciados por Jesus Cristo.
Quer uma dica?
Só dá pra saber realmente o que é o Cursilho, quando se vive esta experiência!
Participe!

domingo, 6 de novembro de 2011

Seu Filho Precisa é Disso




Um Dia de Criança

Sempre que posso e até quando não posso, levo meus filhos hoje já grandes, a realizarem tarefas pouco atrativas por eles como, ir à zoo, ao jardim botânico, andar de cavalo, tomar banho em rio, fazer pipas e soltá-las, etc. Convido você a fazer o mesmo com suas crianças !
Tenho curiosidade e sempre converso com pessoas mais velhas de como elas viviam quando crianças. Afinal, saber como viviam meninos e meninas no Brasil de tempos atrás pode nos mostrar como não queremos que vivam os brasileirinhos de hoje e de amanhã!
Toda criança gosta de brincar, criar, inventar. Nós pais é que não temos tempo para proporcionar-lhes isto. E como desencargo de confiança, entupimos suas estantes e armários de brinquedos, quando tudo que eles precisam é de amiguinhos e brincadeiras.
Este vídeo que vos apresento é de um dia de lazer que proporcionei ao meu filho criança – na época. Quem tem até 12 anos, não deixa a data passar em branco. Às vezes, muito antes de 12 de outubro – o Dia das Crianças –, já apresenta uma lista enorme para os pais, com pedidos de passeios e presentes, além da solicitação de tratamento especial. Mas nem sempre foi assim.
Nossos pais e avós não tinham brinquedos e foram homens e mulheres dignos de serem imitados por nós. Ou não ? Essa dura realidade, porém, começou a mudar na metade do século 20. Isso porque as famílias começaram a ser menores, por diferentes razões. Na época, cresceu, por exemplo, o número de mulheres que trabalhavam e, por isso, optavam por não ter uma família grande. Com poucos filhos, e sem condição de dar-lhes mais atenção compensava os pequenos, como lazer e mais brinquedos.
Conta-se que, em meados do século 20, as lojas que vendiam brinquedos resolveram selecionar uma semana inteira para fazer promoções, que terminavam sempre no dia... 12 de outubro! Portanto, aí talvez esteja a explicação.
Não troque um momento com seus filhos, por um presente.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Como Foi o Meu Assalto


Há cerca de dez anos atrás, eu ainda não tinha carro e numa certa noite recebi o convite de uns amigos/irmãos para fazer uma participação em um programa de rádio na 107.7. O estúdio da 107 situa-se no prédio da Asplan – rua Rodrigues de Aquino, centro de João Pessoa.
De pronto, aceitei o convite. E pela inconveniência da hora do programa ( 21h) fui acompanhada do meu esposo. Fui, participei e tínhamos combinado com o pessoal que eles nos dariam uma carona de volta. Só que quando faltavam uns 15 minutos para encerrar o programa, ou seja, às 21:45, para não incomodar as pessoas, nem fazê-las mudar a sua rota, resolvemos voltar pra casa de ônibus.
Muita insistência para que esperássemos, afinal só faltavam 15 minutos, mas, realmente eu tava decidida ir embora. Saímos do prédio, por aquela ruazinha que vai dar na Diogo Velho. Pra quem conhece, sabe que aquele trecho é 100% comercial e naquele horário não se vê uma pessoa sequer pela rua. Totalmente esquisito. Mas... não lembramos disso e lá fomos nós pegar o ônibus em frente à Cagepa da Diogo Velho. Bem pertinho Dalí.
Andamos uns 150 metros. Já estávamos praticamente na esquina, quando uma moto passou por nós. Fez a volta e veio na contramão, na mesma direção que a gente. Mas não percebemos nada. Daqui a pouco, mais próximo de nós, vimos quando o cara parou bem no meio da rua a moto e ficou com o motor ligado e outro foi ao nosso encontro e já foi sacando uma arma.
Nesse momento eu segurei firme a mão do meu marido e disse: “isso é um assalto”. Como em câmera lenta, o cara se aproximava da gente e eu mergulhada num silencioso desespero, olhei para trás rapidamente e pros lados, na esperança de que alguém nos vise e viesse nos socorrer. Mas que ninguém !
E num gesto reflexivo de quem crer no sobrenatural, olhei pro céu e gritei: “ Jesus chegue aqui, por favor”. E agora, vem a parte mais importante, que eu quero lhes contar. Antes porém, quero dizer não posso obrigar ninguém a acreditar, mas tenho obrigação de dizer que é a mais cristalina verdade. Quando chamei o nome que está acima de todos os nomes – Jesus – numa velocidade luz, parou uma viatura da polícia ( e eles não estavam em perseguição aos bandidos, se assim fosse, os caras da moto não teriam parado para nos assaltar ), desceram quatro homens armados e começam a atirar. O medo tem várias formas de manifestação. Nesse episódio, eu mumifiquei. Quanto mais o policial pedia para eu abaixar ou correr, mas parada eu ficava. Bom, passados alguns segundos nessa agonia, os caras se mandaram na moto e os policiais nos deixaram na parada do ônibus. Quando a ficha caiu, eu entrei numa crise de choro. Passei muito tempo sem sair de casa à noite. Até hoje, ouvir um barulho de moto, me arrepia até a alma. Voltei a vida normal depois que comprei um transporte.
Mas, o que eu quero mesmo dizer com isso tudo é que: esteja onde estiver, na situação mais caótica e sem saída humanamente falando, chame-o. Chame Jesus, Ele tem a saída. Ele é a saída

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tupã Erra o Endereço



Os meios não justificam os fins, já disse alguém, algum dia. O que uma conversa ampla, recheada com democracia e liberdade de pensamentos e pontos de vista não resolver, não é tumulto com resquícios de violência que vai fazê-lo.
Cheguei inocentemente à CMJP ontem de manhã e vi muita gente na calçada e na galeria, mas como sempre tenho visto isso por lá, não me incomodei e prossegui, pedindo licença e passando.
Foi quando cheguei à porta ( a de vidro que fica na entrada ) e percebi que os manifestantes tinham colocado uma corda impedindo a entrada das pessoas ( inclusive dos funcionários ). Ei, vem cá ! afinal onde fica a minha liberdade de ir e vir ?
No problem. Entrei pelo portão do lado. Passado alguns minutos, já dentro da câmara, vejo mulheres com crianças de colo, que já estava m dentro da Casa de Napoleão Laureano, correndo, subindo escadarias, aos gritos, um verdadeiro terror. Eram os manifestantes chegando ao ápice da algazarra. E é claro, que vidro é vidro e com tempero ou destemperado, se quebra. E quando se quebra fere quem está bem próximo. No meio da confusão ouvi , vários “olha a cachorrada”, “isso é uma cachorrada”.
Entendo que cada um tem mais é que lutar por seus ideais, mas... e o respeito a quem pensa diferente ? se existem leis que me permitem algo, eu vou lutar pelo cumprimento d elas, mas de forma sensata, centrada e não com atos de violência que sobra até para quem não tem nada a ver com a coisa. Impedir a entrada das pessoas que não tinham nada a ver com a causa, ou que foram ali resolver outros problemas, definitivamente não foi uma boa idéia. Considero radical.
Mas... esse episódio de ontem, me deu inspiração para escrever esse texto, após lembrar de uma foto sensacional que tirei um dia desses do meu celular.
Enquanto o boi de rei rolava na entrada na Câmara, avisaram para tupã ( a cadela da foto ) que estava havendo uma assembléia geral da categoria, na rua das Trincheiras, mas a bichinha errou o endereço. Vejam onde ela foi parar ! e como não encontrou manifestação nenhuma na Casa de Epitácio Pessoa, foi tirar uma soneca na calçada.