quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Anti-Estresse que Funciona


Talvez entre os leitores, alguém vai balançar a cabeça e dizer “que bobagem”. Mas é bom lembrar que funciona viu ?
Eu imagino que toda profissão, até a mais “light”, tem seus momentos de estresse. Imagine a de jornalista. Especificamente quem trabalha na produção e vou mais além, produção de programas ao vivo. Pois bem, durante muitos anos produzi programas radiofônicos e televisivos ao vivo e minha agonia se repetia todos os dias. Eu começava logo bem cedinho confirmando com os convidados/entrevistados. Duas horas mais tarde, eu ligava re-confirmando. E até chegar a hora do programa, o convidado não tinha sossego comigo. Programa ao vivo já viu não é ? buraco nem pensar! principalmente em tv. Enquanto isso, o corre-corre nos bastidores, pauta, notícias, coisa de últimas hora, imprevistos etc.
Como eu morei um tempo no bairro Tambiá, “em cima” da Bica, e como eu a-d-o-r-o fauna e flora, vocês sabem o que eu fazia pra escapar de um possível “surto” de estresse ? terminado o programa, quando a coisa pegava mesmo, eu corria pra “bica”. Do jeito que eu tava. As vezes de salto. Era só tirar o sapato e o blazer. Lá ia eu descendo a ladeira do zôo. Chegando lá, lavava as mãos na fonte de Tambiá, que jorra sem parar. Depois ficava horas vendo os patinhos nadar e os macacos-prego fazendo suas peraltices. Quando eu dava por mim, estava ali sorrindo, com a musculatura dos ombros, que outrora rígida pela tensão do trabalho, totalmente descontraída.

Depois disso eu caminhava por entre as alamedas sentindo o cheirinho das árvores. Puxa vida, aquilo me dava uma alegria muito grande! Dava vontade de cantar, dançar, pular.
Durante a minha "tur", visitava as jaulas dos felinos, babava de admiração pela cor da araras, visitava o orquidário, o viveiro com suas muitas mudas frutíferas e por último eu me dirigia a um córrego que jorra o ano inteiro no meio do mato. Como ali eu me detinha mais tempo, tratei de “providenciar”uma pedra para que eu pudesse sentar e colocar os pés na água corrente. Ô como isso é agradável! você não tem noção de como isso é bom pra alma, pra mente, pro coração e pra saúde como um todo ! nesses momentos a gente esquece os títulos e as patentes que adquirimos ao longo da caminhada. A gente descobre que tudo que se quer, é ser apenas gente e gente feliz, cheia de paz e sem angústia. Faz um ano que estou fora de produção. Faz um ano que não sinto necessidade de voltar à bica como terapia. Mas confesso que, com ou sem estresse, é um lugar que nos faz muito bem visitar. Nessa foto estou entre as alamedas. Cheirinho de mato molhado !! boooom !

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