quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Correndo Atrás do Vento


Sempre que falece alguém de destaque na sociedade, pessoas que viveram com suas agendas abarrotadas de compromissos, pessoas que correram o dia todo de um lado pro outro na tentativa de dar conta dos compromissos, pessoas que “perderam” a intimidade com a família, que nunca mais almoçaram ou jantaram com os filhos, em decorrência do corre-corre, pessoas que não viram os filhos crescer, que nem lembram da fisionomia deles quando bebê, eu fico me perguntando: será se vale a pena mesmo levar esse tipo de vida ? será se não estamos correndo atrás do vento ? afinal para o lugar que vamos não se leva bagagem. E com pouco tempo somos esquecidos.
Não estou com isso estimulando a preguiça, nem fazendo apologia à vadiagem, mas... não seria muito mais interessante e saudável se nós procurássemos viver uma vida equilibrada, sem querer ter tanto e procurando ser mais. Sem querer ter tantos empregos que nos toma o tempo de vivermos em família, sem querer ter tantas coisas caras que nos obriga a “correr atrás” pra pagar. Já pensou se de repente nós quiséssemos nos presentear dizendo: eu quero ser feliz, eu quero ter tempo pra mim e pros meus, eu quero poder acordar mais tarde, eu quero ter a liberdade de escolher a hora de dormir, eu não quero ser escravo do relógio.
Lembro que ao longo dos meus 22 anos de jornalismo, já “penei” muito. Correndo de uma redação pra outra, além de compromissos extras como trabalhos de free-lance. Era o dia inteiro entre externas e internas. “Comendo de marmita” pelos corredores das empresas, pra economizar tempo. Tempo que eu amei enquanto estava atuando, mas, hoje, por dinheiro nenhum, eu voltaria a fazer. O único benefício que adquiri ao longo desses anos, foi a amizade e o carinho de algumas pessoas e que perduram até hoje. No mais, o meu corre-corre, não me proporcionou nada substancial. Se hoje eu tivesse a chance de voltar o tempo, sabendo como seria o futuro, eu, de rocha, não viveria presa dentro de quatro paredes geladas correndo atrás do vento. Procuraria viver mais as coisas simples da vida.

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